«Há enorme probabilidade de falhar»

Os programas da troika «são errados» e «contraproducentes». «Querem ser tão ambiciosos que acabam de não atingir objetivos e subvertem economia». O economista João Ferreira do Amaral, que pertence ao Conselho Económico e Social, considera que «há uma grande probabilidade de falhar».

O país «já está a entrar numa espiral recessiva» como aquela que assola a Grécia. «Havia ideia de que se cumprissemos, resultados iam ser ; mas pressupunha que programas estavam bem feitos, mas não estão. Há uma enorme probabilidade de falhar», disse João Ferreira do Amaral aos jornalistas.

Daí que «a única atitude sensata» deveria partir da própria União Europeia, que devia «rever este tipo de programas. Longe de estabilizar Europa, eles estão a criar um fosso ainda maior».

Nessa revisão, «o Parlamento Europeu pode ter uma atitude importante. Estão a exigir aos países do Sul sacrifícios enormes sem resultados».

À saída da reunião do CES sobre as Grandes Opções do Plano (GOP), Ferreira do Amaral disse ainda, em relação ao agravamento fiscal esperado para o próximo ano que é preciso esperar pela entrega do Orçamento do Estado para fazer um «balanço em relação à ação do Estado», que «depende dos impostos que serão cobrados às famílias e as transferências para as famílias (apoios sociais)». De qualquer modo, «ninguém está à espera que tenha um impacto positivo» sobre o rendimento dos portugueses.

Neste momento, defende, o que é importante, «em termos de impostos, é o combate à fraude e evasão fiscal. Temos uma grande percentagem de economia clandestina. Estar a aumentar taxas de impostos para aqueles que pagam sem fazer esforço para combater é errado».