Espanha negoceia com Europa linha de crédito de emergência - TVI

Espanha negoceia com Europa linha de crédito de emergência

Mariano Rajoy (foto Reuters)

Rajoy tentará acordo com maiores economias do euro na mini-cimeira de sexta-feira

A Espanha estará a negociar com a Europa uma linha de crédito de emergência. Um plano «B» para tentar salvar Madrid, depois dos juros da dívida terem superado a fasquia dos 7% , um nível insustentável e sem o qual o país não resiste a um pedido de auxílio internacional. A notícia está a ser avançada pelo site espanhol de informação económica «El Economista» mas ainda não está confirmada.

O país vizinho busca assim liquidez - através de uma linha assegurada pelos fundos europeus (FEEF/MEE) - para evitar uma intervenção maior. Tudo deverá ser delineado na mini-cimeira de sexta-feira (22 de junho), que terá lugar em Roma, e que será reservada apenas aos líderes das quatro maiores economias do euro: Alemanha, França, Itália e Espanha.

O país de Rajoy tentará um acordo nesse mesmo encontro - que precede a cimeira europeia de 28 de junho - para que Bruxelas surta de liquidez o país e evite assim o resgate internacional. Em cima da mesa deverá estar, por isso, um financiamento imediato ao Estado espanhol e, provavelmente, também ao italiano. Está prevista ainda a compra de dívida por parte do Banco Central Europeu (BCE), que tem estado ausente já há 14 semanas.

Merkel, Hollande, Monti e Rajoy tentam, desta forma, evitar que mais um navio vá ao fundo no seio do euro, depois dos pedidos de auxílio da Grécia, Irlanda e Portugal. Até porque os fundos de resgate terão, atualmente, menos de 500 mil milhões de euros disponíveis. Descontados os 100 mil milhões já garantidos para recapitalizar a banca espanhola, seria praticamente impossível um resgate completo ao país vizinho, numa altura em que Itália também dá sinais de algum risco.

Ainda esta manhã, Espanha colocou mais de 3 mil milhões de euros em dívida num leilão onde os juros dispararam para mais de 5%, o valor mais alto desde 2000.

O país vizinho, que volta ao mercado na quinta-feira, é apontado pelos economistas como o próximo a pedir ajuda externa.

A própria Comissão Europeia admitiu esta manhã que a pressão dos mercados sobre Espanha «não é sustentável a longo prazo».

Este leilão foi o primeiro desde que a agência Moody's cortou o «rating» da dívida espanhola em três níveis, para quase «lixo».

Após o leilão, os juros no mercado secundário aliviaram, com os investidores a aplaudirem a elevada procura e o facto de Espanha ainda conseguir financiar-se no mercado.

Entretanto, a Standard & Poor`s disse que o atual rating de Espanha - BBB+, a apenas dois níveis apenas de «lixo» - já incorpora um eventual pedido de ajuda. A agência sinaliza que não deverá baixar a avaliação do país e diz que um pedido de resgate não seria necessariamente mau.
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