Sócrates: Governo «fará tudo» para atingir défice de 4,6% - TVI

Sócrates: Governo «fará tudo» para atingir défice de 4,6%

Primeiro-ministro diz que «Europa já fez erros demais» e considera que para «termos moeda única temos de ter maior coordenação europeia»

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Teixeira dos Santos deu «o mote» e José Sócrates aproveitou. O Governo «fará tudo» o que for preciso para ter um défice de 4,6% este ano, nem que para isso sejam precisas medidas adicionais.

«O Estado fará tudo o que for necessário para cumprir os objectivos orçamentais de 2011, ou seja, alcançar um défice de 4,6%», garantiu José Sócrates durante a II conferência Reuters-TSF, que decorreu esta segunda-feira em Lisboa.

«Se a execução orçamental vier a revelar que são necessárias mais medidas, nós tomá-las-emos. Mas não é isso que mostra a execução orçamental de Janeiro», adiantou, depois de ter «abraçado» a ideia já deixada de manhã pelo ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, de que poderão mesmo ser aplicadas medidas adicionais para «atingir as metas».

O primeiro-ministro reconheceu, inclusivamente, que «2011 será um ano difícil, com uma execução orçamental exigente», mas também considerou que «o importante para a execução orçamental foi fazer o Orçamento do Estado e tomar as decisões necessárias», ainda que «muito difíceis, para um Governo que não tem maioria no Parlamento».

Perante a possibilidade de mais medidas de austeridade, a oposição diz que, a concretizarem-se, serão mais um passo em frente para o abismo.

«Europa já fez erros demais»

Já quanto à crise da dívida soberana, o primeiro-ministro espera que seja «uma oportunidade» de maior cooperação, até porque a «Europa já fez erros demais».

«A resposta à crise da dívida soberana é um desafio à escala europeia. A Europa não será a mesma. Depois desta crise, o projecto europeu avança ou recua. Espero que seja a oportunidade de a Europa avançar», até porque, para termos uma moeda única «temos que ter outras áreas de maior coordenação económica».

Aliás, para Sócrates, a situação actual é «filha da crise financeira iniciada em 2008» e na base da crise esteve «uma falta de Estado», o que significa «uma falta de regulação para impedir a actuação irresponsável dos mercados».

Confrontado com a possibilidade do Governo impôr mais medidas de austeridade, o Presidente da República preferiu não comentar.

«Como sabem, só vou tomar posse no dia 9 de Março e, então sim, justifica-se que eu possa falar», disse Cavaco Silva aos jornalistas.
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