O ministro das Finanças garantiu esta segunda-feira que o Governo está disposto a tudo para reduzir o défice e cumprir as metas orçamentais que prometeu a Bruxelas.
Uma garantia que pode implicar mais medidas de austeridade, já que Teixeira dos Santos admitiu que a alta do petróleo pode prejudicar as estimativas do Governo, ao mesmo tempo que há o risco de algumas medidas já aplicadas pelo Governo podem não ter o efeito esperado.
«Vamos fazer tudo para reduzir o défice», disse o governante, à margem da II Conferência Reuters/TSF, que decorre em Lisboa.
«Aconteça o que acontecer, tudo faremos - e estamos preparados para o fazer - para cumprir os objectivos orçamentais (...) para corrigir a situação e garantir o cumprimento desses objectivos», acrescentou o governante, assegurando: «Dispomos de medidas adicionais se necessárias».
A última vez que Teixeira dos Santos manifestou esta disponibilidade, o Governo realizou o PECII, a Maio de 2010, com mais medidas de austeridade.
Durante a conferência, o governante disse que «esta crise da dívida soberana veio-nos dizer que uma prosperidade baseada no endividamento não é sustentável».
«Temos de proceder a uma reforma correctiva: mais poupança nacional, mais produtividade, mais eficiência do nosso sector público», concluiu o ministro.
Para Teixeira dos Santos, «os mercados andaram optimistas antes da crise e negligenciaram os seus efeitos. Agora estão a sobreavaliar as situações de risco».
Por isso, «temos de ser capazes de responder a estas exigências de forma adequada», defende o governante.
Teixeira dos Santos apontou críticas ao passado, ao afirmar que «o elevado nível de endividamento está relacionado com um historial antes da crise de crédito fácil e barato que alimentou um consumo excessivo para além da capacidade real da nossa economia».
«Temos de proceder a uma reforma correctiva, no sentido de reduzir o consumo para níveis que sejam sustentáveis e consistentes para a nossa real capacidade», avisou o ministro perante uma plateia de convidados e jornalistas, destacando dois objectivos centrais: «Aumentar a poupança e a riqueza dos país».
Para a banca: mais desalavancagem e mais testes
Já sobre o sector financeiro, Teixeira dos Santos considerou fundamental que a banca «desenvolva esforços de desalavancagem» e que sejam realizados novos e mais exigentes testes de stress «tão cedo quanto possível».
«Não esquecendo a forma exemplar como o nosso sector financeiro enfrentou e resistiu nestes anos de crise, temos de tomar medidas significativas neste sentido para reforçar ainda mais o sector, para termos por essa via ainda mais confiança dos mercados», disse o governante, na presença dos presidentes dos maiores bancos nacionais.
As palavras de Teixeira dos Santos surgem no dia em que uma equipa da agência de notação financeira Moody`s chega a Lisboa para avaliar a notação de Portugal. Já na semana passada, a S&P admitiu rever em baixa o rating nacional.
[Notícia actualizada às 12h com mais declarações]
![Governo admite novas medidas para reduzir défice - TVI Governo admite novas medidas para reduzir défice - TVI](https://img.iol.pt/image/id/13375225/400.jpg)
Governo admite novas medidas para reduzir défice
- Redação
- RL
- 28 fev 2011, 09:47
Ministro das Finanças culpa «historial de crédito fácil e barato» pela situação actual do país
Continue a ler esta notícia