BCE: «Não podemos estar sempre a comprar dívida» - TVI

BCE: «Não podemos estar sempre a comprar dívida»

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Programa de compra de títulos do Tesouro não é instrumento permanente

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O Banco Central Europeu não pode estar sempre a comprar dívida pública dos países europeus. O aviso parte do membro do conselho de Governadores do BCE, Ewald Nowotny.

O programa para a compra de dívida soberana (o Securities Markets Programme - SMP) «não é um instrumento de política monetária, não é um instrumento permanente do Banco Central Europeu», afirmou Nowotny, citado pela Lusa, numa conferência sobre a regulação dos mercados a decorrer no Fórum Europeu de Alpbach, na Áustria.

De acordo com a agência de informação financeira Bloomberg, o BCE voltou esta quinta-feira aos mercados para comprar títulos de dívida soberana italiana.

Na semana passada, o banco central comprou mais 6,65 mil milhões de euros de títulos de dívida soberana no mercado secundário, subindo para 115,5 mil milhões de euros o valor da dívida em carteira.

Os dados hoje divulgados pelo BCE demonstram uma nova redução no valor semanal gasto ao abrigo deste programa de compra de dívida desde que o banco central decidiu voltar a intervir no mercado secundário, assumidamente para comprar dívida de Espanha e Itália, na sequência do agravamento das condições de financiamento destes dois países, no princípio do mês passado.

Na semana passada, o BCE comprou 6,651 mil milhões de euros em dívida, tendo ainda atingido a maturidade 1.327 milhões de euros em dívida que o regulador detinha em carteira. Assim, o valor total de dívida pública comprada que o BCE detém nesta altura no âmbito deste programa atingiu os 115,5 mil milhões de euros.

O banco central indicou que irá aceitar depósitos até ao valor total do programa (os 115,5 mil milhões de euros) como faz regularmente, para esterilizar o efeito da liquidez injetada no mercado com estas compras.

O presidente da instituição, Jean-Claude Trichet, assegurou, no início desta semana, que as compras de dívida não interferem na acção e na independência do BCE.
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