Bolsa: Lisboa e Milão contrariam ganhos europeus

Continua a instabilidade nos mercados europeus, passado o otimismo inicial provocado pelo pedido de auxílio financeiro para a banca espanhola. Os analistas acreditam que os problemas da Espanha podem não ficar resolvidos, no longo prazo, e começam a apontar para Itália como a próxima peça do dominó a tombar.

Madrid conseguiu fechar em alta ligeira, de 0,09%, apesar de a agência Fitch dizer que Espanha vai falhar metas de défice em 2012 e 2013, e no dia em que a Comissão Europeia avança que os bancos espanhóis vão pagar uma taxa de juro de pelo menos 8,5% pela ajuda estatal.

Apesar disso, no mercado secundário da dívida pública, a desconfiança dos investidores está à vista: os juros das obrigações espanholas a 10 anos voltaram a disparar e atingiram 6,835%.

A Itália continua a ser apontada por investidores e analistas como a próxima peça do dominó a cair. A Fitch não acredita que Itália «caia», mas a ministra das finanças austríaca admite a hipótese. Milão caiu, pela terceira sessão consecutiva, recuando 0,70%. No mercado da dívida, os juros italianos também continuam acima dos 6%, nos 6,16%.

Praças periféricas à parte, a sessão correu menos mal às restantes praças europeias, hoje lideradas por Londres, que trepou 0,76%.

Lisboa alinhou pelas perdas. O PSI20 caiu 0,72% para 4.482,24 pontos, penalizado por alguns títulos do setor financeiro. O BES destacou-se com a segunda maior descida da praça: 1,97% para 0,50 euros.

O BPI também desceu 0,93% para 0,43 euros, ao passo que o BCP ficou estável nos 0,09 euros.

Contributos negativos chegaram também da energia, onde a Galp desceu 1,61% para 8,93 euros e a EDP deslizou 0,7% para 1,74 euros.