Dívida: juros vão continuar imparáveis até perto dos da Irlanda - TVI

Dívida: juros vão continuar imparáveis até perto dos da Irlanda

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Diferença entre o que investidores exigem para comprar dívida dos dois países vai diminuir. Portugal pode ter mesmo de chamar o FMI, avisa Morgan Stanley

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Os juros da dívida pública portuguesa vão continuar a subir e aproximar-se-ão cada vez mais dos da Irlanda. É o que antecipa o banco de investimento Morgan Stanley.

Ou seja, a diferença entre o que os investidores cobram para comprar dívida dos dois países vai diminuir gradualmente. Tudo porque Portugal terá de amortizar dívida e a Irlanda beneficiará de apoio financeiro.

«O acesso de Portugal ao financiamento externo pode secar até um ponto em que também este país não conseguirá evitar recorrer ao mecanismo europeu de estabilidade financeira», escreve o analista do Morgan Stanley, Owen Roberts, citado pela Bloomberg.

«A incerteza que rodeia as condições de um resgate financeiro e a provável relutância de Portugal em pedir um empréstimo à União Europeia e ao Fundo Monetário Internacional irá aumentar a pressão sobre os títulos portugueses. No longo prazo, Portugal tem um problema de produtividade, que o deixa com um baixo crescimento e o torna pouco competitivo, onde a economia irlandesa tem um maior nível de flexibilidade».

O juros da dívida pública da Irlanda estão a negociar nos 9,159% esta quarta-feira, mais 0,852% do que na última sessão. Os de Portugal ainda estão relativamente longe do máximo de 7,51% alcançado a 11 de Novembro, mas têm vindo a acusar o nervosismo dos mercados, cotando hoje nos 6,724%.



O Estado português terá de amortizar cerca de 11 mil milhões de euros em títulos de dívida durante até Março, e outros 10 mil milhões entre Abril e Junho, segundo os cálculos da Bloomberg.

Já a Irlanda não terá de recorrer aos mercados de dívida este ano, devido ao apoio financeiro internacional que ficou acordado nos últimos meses de 2010.

Recorde-se que Dublin vai receber 85 mil milhões de euros em empréstimos do mecanismo europeu de estabilização financeira e do Fundo Monetário Internacional.

O alerta do Morgan Stanley surge precisamente no dia em que Portugal voltou a testar os mercados, colocando 500 milhões de euros em Bilhetes do Tesouro a seis meses. A procura foi forte, mas os juros estão sempre a subir.
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