A EDP celebrou esta segunda-feira um contrato de aquisição de aerogeradores para uma capacidade eólica até 2,1 GigaWatts.
O contrato foi adjudicado à Vestas, uma empresa construtora de turbinas aerogeradoras e que conta já com 21 mil trabalhadores, através de um processo de leilão iniciado há mais de um ano em Chicago, anunciou a empresa em conferência de imprensa.
«Este contrato vem apenas responder a uma parte daquilo que estava previsto investir na área do vento», afirmou presidente executivo da EDP, António Mexia.
A EDP adiantou apenas que estes aerogeradores estão destinados à América do Norte, Sul e ainda a parques eólicos na Europa, «mercados e geografias de interesse» para a eléctrica.
O objectivo passa por poder escolher deslocar, no curto prazo, «parte dos MegaWatts dos EUA para a Europa e vice-versa e mesmo dentro de cada continente, de região para região». O contrato diz respeito ao fornecimento, instalação e arranque de aerogeradores com capacidade total de 1,5 GW em 2011 e 2012 nestas geografias.
Com esta iniciativa, a EDP pretende ainda «continuar a crescer nos mercados» onde já está presente, sobretudo o norte-americano e o brasileiro, além do território europeu, com a entrada recente da empresa em Itália, Polónia e Roménia, mas também os investimentos mais consolidados em França e Espanha.
«O facto de estarmos a comprar hoje turbinas para 2011 e 2012 e sermos um dos operadores que estava menos comprado para esses anos, neste momento é uma vantagem que nos permite ter um discurso e uma acção de investir em projectos e em volume que só criem valor».
António Mexia acredita que «estamos a comprar no momento certo, no volume certo, ao fornecedor certo, com a vantagem de nos deslocarmos de um sítio para o outro». Tudo em prol da «responsabilidade inter-geracional» associada às energias renováveis.
Valor do contrato permanece em segredo
No entanto, a eléctrica não adianta os valores do contrato agora celebrado «por acordo mútuo das empresas», mas fez questão de frisar que «estão satisfeitas». O presidente executivo da EDP garantiu ainda que a eléctrica «tem todos os fundos necessários para investir (nos projectos previstos) até ao início de 2012».
A ajudar, está a internacionalização da empresa que é para continuar, já que «a EDP tem hoje mais de metade da facturação fora de Portugal» e espera que os investimentos no estrangeiro constituam dois terços em 2012.
Os investimentos e a criação de postos de trabalho. Uma aposta como esta «contribui para o crescimento da economia, para uma redução estrutural da factura energética e para criar mais emprego». Uma ideia que foi partilhada pelo responsável da Vestas, Ditlev Engel que se congratulou pelas «duas equipas a trabalhar neste projecto já há 12 longos meses. E mais do que este contrato, o trabalho desenvolvido veio possibilitar o estreitamento de relações com a EDP que queremos alargar».
Energia eólica é a melhor aposta, nuclear fica na gaveta
Para já a eléctrica nacional está centrada apenas nos projectos a curto prazo. «O que pretendemos garantir este ano e sobretudo nos próximos dois anos é a flexibilidade. Estamos conscientes de que com as diferentes tecnologias, a diminuição da procura e dos preços, este sector é melhor do que outras alternativas». Como a energia nuclear: as «novas tecnologias como o nuclear não terão impacto em Portugal daqui a 15 anos».
Embora não descarte a hipótese de investir nesse tipo de energia, António Mexia entende que «mais do que estudar [o importante] é fazer». Mas para quando, não se sabe.
As acções da EDP seguem a cair 3,1% para os 2,73 euros e as da EDP Renováveis perdem 3,9% para os 5,11 euros.
EDP fecha contrato com Vestas para aerogeradores até 2 GW
- Redação
- Vanessa Cruz
- 26 abr 2010, 12:30
Equipamentos destinam-se a geografias na América do Norte, Sul e Europa
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