Lisboa brilha na Europa com alívio dos juros

A bolsa de Lisboa liderou esta segunda-feira as praças europeias, animada pelo balanço do encontro europeu da passada sexta-feira, em que os líderes dos países do euro acordaram a flexibilização do fundo de resgate e a descida das taxas de juro à Grécia.

O PSI20 cresceu 0,88% para 7.965,37 pontos, com a banca em claro destaque, depois de os juros da dívida pública terem recuado dos recordes registados na semana passada.

A taxa das obrigações do Tesouro a dez anos recuou para 7,648% e a taxa das obrigações a cinco anos desceu para 7,812%.

Com alívio, os bancos dispararam, em especial o BCP, que ganhou 3,48% para 65 cêntimos. O BES também trepou 2,82% para 3,25 euros e o BPI avançou 0,94% para 1,39 euros.

Ainda assim, os ganhos foram liderados pela EDP Renováveis, que acompanhou o optimismo do sector na Europa. As empresas ligadas às energias alternativas beneficiaram das preocupações com as centrais nucleares no Japão, depois das duas explosões registadas na sequência do sismo e dos tsunamis. A empresa portuguesa disparou 6,09% para 4,81 euros.

Ainda na energia, a Galp também fechou em alta, mas mais ligeira: 0,59% para 15,35 euros, praticamente ignorando o anúncio do seu plano de investimento. A Galp anunciou um aumento de capital de 2 mil milhões de euros no Brasil e a intenção de investir 5 mil milhões de euros até 2015, pretendendo aumentar a sua produção de petróleo para 300 mil barris diários até 2025.

Nota positiva ainda para os ganhos da Cimpor e da Jerónimo Martins, que subiram 2,35% para 5,10 euros e 1,38% para 11,37 euros, respectivamente.

No vermelho, a PT liderou as descidas, recuando 0,98% para 8,17 euros. A EDP também alinhou pelas quedas e desceu 0,72% para 2,75 euros.

Lá por fora, as praças periféricas começaram por reflectir também algum alívio no rescaldo da cimeira europeia, mas no fecho Atenas e Dublin perderam 0,7%. Apenas Madrid seguiu Lisboa no verde, mas com ganhos mais modestos, de 0,17%. As seguradoras continuam a ser dos sectores mais pressionados, por causa do sismo no Japão.

Do outro lado do Atlântico, os mercados norte-americanos também abriram em queda, preocupados com o impacto do sismo na economia japonesa. O Nasdaq cai 0,01% e o Dow Jones 1,01%.