Moody`s corta rating de cinco bancos portugueses - TVI

Moody`s corta rating de cinco bancos portugueses

Agência Financeira

Quatro já estavam no nível «lixo». Outro passa agora a fazer-lhes companhia

A agência de notação financeira Moody`s cortou ainda na quarta-feira à noite o rating de cinco bancos portugueses.

Quatro bancos viram a sua notação reduzida em um nível e outro em dois níveis, sendo que aquela agência acabou por confirmar a classificação atribuída a duas instituições bancárias: o BCP e o Montepio, ambos com Ba3.

Já a Caixa Geral de Depósitos, o Banco Espírito Santo e o BPI, que já estavam no nível considerado «lixo» viram o rating ficar pior, descendo de Ba2 para Ba3. A nota do Banif, por seu lado, passou de Ba3 para B1, um corte também de um nível.

O Santander Totta foi o mais penalizado, já que sofreu um corte de dois níveis. Ainda não estava no patamar «lixo» - que desaconselha o investimento por ser altamente especulativo - mas acabou por lá ir parar. A nota caiu de Baa2 para Ba1, refere a Moody`s, num comunicado citado pela Lusa.

As perspetivas são negativas para os sete bancos em causa, o que quer dizer que pode vir aí novo corte de rating em breve e, dessa vez, BCP e Montepio podem também não escapar.

As perspetivas negativas do rating dos bancos refletem «a perspetiva negativa da sua capacidade financeira intrínseca», bem como o corte do rating da República Portuguesa para Ba3.

Os argumentos da Moody`s para esta decisão

A «maior deterioração esperada da qualidade dos ativos domésticos dos bancos e da sua rentabilidade, tendo em conta a fraca perspetiva económica do país», a qual se deve, «em parte, às medidas de austeridade» adotadas explica os cortes de rating agora efetuados.

Mas ainda há mais motivos: também «os riscos adicionais decorrentes da posse substancial de títulos governamentais» e «a prolongada e permanente falta de acesso a fontes de financiamento privadas» por parte dos bancos estão na origem da decisão da Moody`s.

Salvaguardando que nenhuma destas pressões é nova, a agência considera que elas continuam a crescer, num contexto de crise persistente da dívida da Zona Euro.

Sublinha ainda o apoio do Governo e das autoridades europeias, incluindo o Banco Central Europeu, aos bancos portugueses, mas considera que este apoio não compensa integralmente os fatores negativos.

A Moody`s concluiu assim a revisão para corte dos ratings dos bancos portugueses, iniciada a 15 de fevereiro.
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