«Queda da bolsa não deve permitir tirar ilações precipitadas» - TVI

«Queda da bolsa não deve permitir tirar ilações precipitadas»

Vieira da Silva

Bolsa em Lisboa afunda 3,17%. Investidores estão receosos de que Portugal seja contagiado pelos problemas que afectam Grécia

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O ministro da Economia, Vieira da Silva, disse esta segunda-feira que a quebra superior a 3 por cento do índice PSI20 deve ser vista «num período mais prolongado» e que as oscilações «não devem permitir tirar ilações precipitadas».

Bolsa nacional lidera quedas mundiais

«Tanto quanto tenho conhecimento, se considerarmos um período mais prolongado, desde o início do ano, as empresas têm tido um desempenho em bolsa comparativamente positivo em termos internacionais, e julgo que estas oscilações não nos devem permitir tirar ilações que julgo que são ainda precipitadas», adiantou à agência Lusa.

Portugal está num «alto nível de instabilidade»

Questionado sobre a importância da bolsa no financiamento das empresas, Vieira da Silva destacou que «a bolsa portuguesa recuperou do choque que lhe estava associado» e acrescentou que Portugal está «ainda numa fase com altos níveis de instabilidade e que estarão na origem deste movimento» que fez a bolsa portuguesa ser a mais penalizada em todo o mundo, esta segunda-feira, ao desvalorizar 3,17%.

O governante, que lidera uma missão oficial que integra entre 15 a 20 empresários portugueses de quatro grandes grupos sectoriais (turismo, energia, cooperação bancária e tecnologia e equipamentos), ressalvou que, por estar no estrangeiro, não está na melhor posição para analisar a situação.

Desde o início do ano, o índice PSI20 da bolsa portuguesa caiu 10%, enquanto o Ibex de Madrid perdeu 8% e o ASE20 de Atenas caiu 18%.

Este é o maior recuo desde 4 de Fevereiro, altura em que o PSI20 [principal índice nacional] caiu quase 5%, a 12ª maior queda da história da bolsa nacional.

Dos 20 títulos que compõem o PSI 20, 19 registaram quedas e apenas a Portucel conseguiu ganhar valor, com a banca e o sector energético a pressionar o índice numa sessão de forte liquidez em que trocaram de mãos quase 100 milhões de acções, no valor de 244 milhões de euros.

Os analistas contactados justificam a forte descida da praça portuguesa com os receios dos investidores internacionais de que Portugal seja contagiado pelos problemas que afectam as contas públicas da Grécia, ilustrando esta ideia com a subida contínua dos juros da dívida portuguesa nas últimas sessões.
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