REN: Portugal exporta gás e consumidores pagam menos - TVI

REN: Portugal exporta gás e consumidores pagam menos

Papel-chave no sector pode ser uma realidade a partir de 2014, diz Rui Cartaxo em entrevista

Portugal vai exportar gás para além dos Pirenéus. Esse é pelo menos o objectivo da REN - empresa gestora das redes de energia nacionais - e pode ser uma realidade a partir de 2014. Os projectos em curso para o país se dotar de gás em «excesso» vão trazer receitas extraordinárias importantes, mas vão também permitir baixar o preço deste serviço para os consumidores finais, garante o presidente da empresa, Rui Cartaxo, em entrevista à Agência Financeira.

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Actualmente, a REN tem três projectos em curso que vão tornar esta realidade possível: a construção de um terceiro tanque de armazenamento de gás (aumenta a capacidade em 50%); a construção de novos gasodutos que ligam Portugal a Espanha e depois a França; e as novas reservas estratégicas previstas no Pombal.

«A Europa depende muito do gás proveniente da Rússia e, por isso, há uma preocupação a nível europeu. O facto de as ligações da Península Ibérica com o resto da Europa serem melhoradas e existirem terminais muito competitivos contribui para que os dois países sirvam de porta de entrada alternativa ao gás do Leste e, nesse sentido, vai aumentar bastante a diversificação das fontes de abastecimento de gás à Europa», explicou Rui Cartaxo à AF.

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Além disso, o facto de Portugal poder receber, através de Sines, gás de muitas proveniências diferentes também «representa energia mais competitiva e mais barata». «Aumenta muito a segurança e não ficamos dependentes de apenas uma origem geográfica. Por outro lado, permite trazer de onde há mais quantidade de gás para exportar e portanto onde é mais barato. Nesse sentido, é uma forma de tornar mais competitiva a indústria portuguesa e baixar o custo da energia para os consumidores», disse o presidente da REN.

E como chega o gás a Portugal? Só há duas vias: da Argélia, pelo gasoduto do Magreb (hoje, 40% do consumo do país) e através dos barcos metaneiros que chegam a Sines (representa os restantes 60%), na sua maioria, da Nigéria. O barco traz o gás, sob a forma líquida, a 165º negativos, e leva cerca de 20 horas a descarregar, até chegar aos tanques de armazenamento. Aqui, é isolado e mantido à mesma temperatura para, depois, ser introduzido no sistema nacional à medida que a procura do país for exigindo. Uma vez nos tubos, acaba por ir para as nossas casas, fábricas, centrais de ciclo combinado, etc..

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Mas não fica por aqui. Também na electricidade, os projectos de interligação que a REN tem previstos com Espanha «vão resultar numa integração dos dois mercados ibéricos, em benefício dos consumidores finais, uma vez que estes serão abastecidos sem limitações, quer pelas centrais portuguesas, quer pelas espanholas», adiantou Rui Cartaxo.
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