S&P corta rating da dívida portuguesa e não afasta nova baixa - TVI

S&P corta rating da dívida portuguesa e não afasta nova baixa

Situação de Portugal está a ser pressionada por risco de incumprimento grego

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A Standard & Poor's (S&P) acaba de anunciar um corte do rating da dívida pública portuguesa, que se encontra actualmente em «A+». O corte significa que o risco de Portugal não conseguir pagar aos seus credores é agora maior.

Leia aqui a reacção do ministro das Finanças: «O país tem que responder a este ataque dos mercados»

Leia ainda: S&P também corta rating da Grécia para «junk»

De acordo com a Lusa, a agência de notação financeira baixa a classificação da dívida pública para «A-», uma descida de dois níveis, numa altura em que o custo da dívida portuguesa está a disparar, contagiado pela situação grega, e em que os mercados temem que a Grécia entre em incumprimento.

Juros da dívida disparam após corte de rating

Recorde-se que em Março, a agência tinha decidido manter a nota da dívida portuguesa, mantendo-a, no entanto, sob observação negativa, o que apontava já para a possibilidade de um corte da classificação em breve.

Depois do novo corte, a S&P mantém a perspectiva da dívida pública portuguesa negativa, o que aponta para a possibilidade de os cortes ainda não ficarem por aqui.

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Quanto à divida de curto prazo, o rating português está agora na terceira posição, em A2.

Os responsáveis alemães, os que mais reticencias têm colocado no apoio e responsáveis pela maior fatia do bolo, têm vindo a público defender mais reformas e maior esforço à Grécia, para darem o seu aval aos 30 mil milhões de euros que serão emprestados pelos países do euro à Grécia, a que se juntam 15 mil milhões de euros que virão do Fundo Monetário Internacional.

Economia frágil por vários anos

A S&P explica na sua nota que o Governo português terá de lutar para estabilizar o seu rácio de dívida pública relativamente elevado até 2013. Portugal enfrenta ainda vários anos de crescimento económico débil, travado pela dívida elevada, baixa produtividade, um mercado de trabalho pouco flexível e uma população envelhecida.

A agência aponta para uma estagnação este ano e acrescenta que «o potencial de crescimento económico deverá continuar fraco, devido à reduzida competitividade, baixa produtividade, estagnação do investimento e queda do crédito a nível doméstico, tendo em conta o elevado nível de endividamento do sector privado».

Para a S&P, a dependência de financiamento externo que Portugal tem demonstrado tornou-se num problema agora que essas fontes de financiamento são «mais escassas», o que dificulta o crescimento da economia.

Governo demasiado optimista: aumento de impostos pode ser a solução

Por tudo isto, a agência considera que as previsões do executivo liderado por José Sócrates são «optimistas», ao apontarem para um crescimento de 0,7% este ano e outro de 0,9% em 2011. «Na nossa opinião, os pressupostos do Governo para a meta de crescimento são optimistas e empolam o impacto orçamental da recuperação cíclica», diz.

A agência diz que o Governo pode aumentar impostos, medida que não consta ainda do Programa de Estabilidade e Crescimento, caso a redução do défice não corra como previsto.
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