«Troca» da Vivo pela Oi leva analistas a subirem preço alvo da PT - TVI

«Troca» da Vivo pela Oi leva analistas a subirem preço alvo da PT

Zeinal Bava

Operação é considerada «complexa» mas, para a maioria, boa para a empresa nacional

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Os analistas estão a aplaudir em uníssono as operações ontem anunciadas pela PT: a venda da posição na Vivo e a compra de uma participação na Oi levou várias casas de investimento a reavaliarem as acções da operadora em alta.

A Macquarie subiu o preço alvo de 9 para 9,50 euros por acção, atribuindo ainda um potencial de valorização de 6% aos títulos da empresa, e reiterou a recomendação de outperform. Numa nota de análise, diz que o negócio dá maior certeza à estratégia da Portugal Telecom, o que é benéfico tendo em conta a importância do mercado brasileiro para a operadora. Para além disso, fala ainda numa «acrescida flexibilidade financeira a médio prazo», que pode permitir uma subida do rating da PT a médio prazo.

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A mesma subida de preço alvo foi anunciada pela Oddo, que recomenda «adicionar» acções da PT, depois da entrada na Oi, «uma transacção que faz sentido», porque permite à empresa «continuar a beneficiar do crescimento no mercado brasileiro durante os próximos anos», compensando a performance mais fraca do mercado nacional.

Mais arrojados foram os analistas do Natixis, que colocam o preço alvo da PT nos 10,5 euros por acção, recomendando «comprar» as acções da empresa. É que, para o banco de investimento francês o impacto bolsista positivo ainda não está totalmente reflectido e as acções deverão valorizar-se quando o mercado integrar o corte de 60% na dívida da PT, possível com esta operação.

Também o Millennium IB subiu o preço alvo, dos 8,60 para 11,10 euros. Foi a maior revisão em alta até agora e acompanha uma recomendação de «comprar». Os activos da empresa são agora revistos em alta, porque a posição na Vivo apenas estava avaliada em 3,4 mil milhões e o encaixe foi de 7,5 mil milhões. Ou seja, mais 4,1 mil milhões. No entanto, de acordo com os cálculos do Millennium IB, a participação no capital da oi acaba por ter um impacto negativo de 2,15 mil milhões de euros na avaliação da empresa.

Embora lembre que «a Oi não é a Vivo», o banco de investimento diz estar convencido de que a PT vai ser «capaz de extrair uma melhor performance da Oi, dado que tem conhecimento do mercado e uma experiência acumulada na recuperação da Vivo». No entanto, o sucesso da aposta vai depender em grande medida de como a PT for capaz de «exercer a sua influência» na gestão da nova participada.

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O Banif também aplaude a operação, recomenda «comprar» as acções da PT e, embora não tenha ainda revisto o preço alvo das acções, adianta que o negócio pode fazê-lo subir 3,80 euros face aos actuais 8,85.

Numa nota de análise, o banco diz que a venda da Vivo é positiva do ponto de vista financeiro e estratégico. A alienação representa, nas contas do banco, um aumento de 4,8 euros no preço alvo da PT, que só baixa para os 3,8 euros porque a entrada na Oi supõe uma diminuição de 1 euro. O banco considera que os dois negócios «retiram» incerteza às acções da PT.

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Uma posição diametralmente oposta àquela que é assumida pelo Goldman Sachs, para quem a Oi traz incerteza acrescida à PT, pela complexidade da operação. «Pensamos que irá exigir um longo período de execução robusta e uma prova de que a PT e os novos parceiros conseguem trabalhar juntos para convencerem os investidores do mérito do negócio», refere o banco numa nota.

A complexidade da operação é, de resto, um factor sublinhado também por vários dos outros analistas.
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