PT/Vivo: «Golden share veio acautelar interesse público»

Para o Bloco de Esquerda a utilização da golden share na PT permitiu «acautelar o interesse público» no negócio com a Telefónica para a venda da Vivo, acusando o Governo de ser «contraditório» ao tencionar privatizar «sectores estratégicos».

Comentando o desfecho do negócio entre a PT e a espanhola Telefónica, a deputada bloquista Helena Pinto disse à Lusa ter ficado «provado que a utilização da golden share veio acautelar, por um lado, a permanência da PT no mercado internacional e a sua grande aposta na investigação, que também deriva deste aspecto, e, por outro, o interesse público, em detrimento do interesse imediato dos accionistas».

Neste sentido, a deputada do BE considerou que todo este processo negocial «é a evidência» de que o Executivo socialista comete «uma contradição» ao querer privatizar outras grandes empresas com participação do Estado.

«O mesmo [Governo] que diz que a golden share é boa na PT e funciona para defender o interesse público, prepara-se para encetar um ruinoso processo de privatizações, sobretudo em empresas do sector energético, que são empresas estratégicas, refiro-me à Galp, à REN ou à EDP, e nem sequer garante à partida a existência de uma golden share para o Estado poder defender o interesse público», criticou Helena Pinto.

O presidente executivo da PT, Zeinal Bava, destacou hoje que o facto de o Governo ter usado a sua «acção dourada» para vetar a proposta anterior da Telefónica deu tempo à PT para negociar.