Alemanha recusa flexibilizar apoios a países - TVI

Alemanha recusa flexibilizar apoios a países

Merkel, Barroso e Sócrates

Ministro alemão rejeita fazer cedências que beneficiem países em maiores dificuldades orçamentais

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O ministro das Finanças da Alemanha defendeu esta segunda-feira a aplicação dos valores de mercado às taxas de juro para os empréstimos à Grécia e à Irlanda, rejeitando fazer cedências que beneficiem os países em maiores dificuldades orçamentais.

«Não podemos recuar a partir desta condicionalidade. Isso seria o fim da fundação que nós construímos para a moeda europeia. É por isso que o governo alemão não está pronto para fazer qualquer compromisso sobre esta questão», disse Wolfgang Schaeuble, em Estugarda, citado pela agência de informação financeira Bloomberg, na mesma semana em que o primeiro-ministro, José Sócrates, vai reunir-se com a chanceler alemã precisamente com este tema na agenda.

As declarações do responsável vincam bem a reticência dos alemães em permitir mecanismos de flexibilização do fundo como aqueles que são defendidos, entre outros, pelo Governo português, e que passam, por exemplo, pela redução das taxas de juro cobradas nos empréstimos ou a possibilidade de o fundo de resgate europeu poder actuar nos mercados primário e secundário da dívida pública, escreve a Lusa.

A posição da Alemanha, que defende também o aumento da competitividade dos países periféricos da zona euro, surge na sequência do falhanço de um acordo no seio da União Europeia com vista a uma maior coordenação económica, redução dos défices ou alterações no fundo de resgate europeu, deixando o país liderado por Angela Merkel num impasse na véspera de duas cimeiras destinadas a estabelecer uma estratégia para a saída da crise da dívida e uma tentativa de estabilizar o euro, até 25 de Março.

A pressão sobre a chanceler alemã para facilitar os termos de resgate pode aumentar, depois do partido irlandês de Fine Gael ter vencido as eleições de domingo. A 22 de Fevereiro, também o primeiro-ministro grego, George Papandreou, fez um apelo semelhante a Merkel, em Berlim, a que se juntam algumas pretensões portuguesas.
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