Europa «não deve» render-se às agências de rating - TVI

Europa «não deve» render-se às agências de rating

Angela Merkel

Chanceler alemã diz que é importante que «troika» não deixe que lhe retirem capacidade de avaliação

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Angela Merkel minimizou esta terça-feira as advertências da agência de notação Standard & Poor's sobre a participação de credores privados em novo resgate à Grécia, afirmando a primazia da União Europeia e do FMI neste processo.

«É importante que a troika não deixe que lhe retirem a sua própria capacidade de avaliação», disse a chanceler, referindo-se à Comissão Europeia, ao Banco Central Europeu (BCE) e ao Fundo Monetário Internacional.

«Confio inteiramente nas avaliações destas três instituições», sublinhou Merkel, depois de, na segunda-feira, a Standard & Poor's ter recusado a proposta da França para uma participação voluntária dos credores privados da Grécia em nova acção de resgate, advertindo que um tal método poderia ser considerado «um incumprimento parcial» da dívida soberana por parte de Atenas.

Ambas as variantes do modelo francês, que a Alemanha também pretende adoptar para os seus bancos e seguradoras, representam, na opinião dos peritos da S&P, um incumprimento limitado (selective default).

A posição assumida esta terça-feira por Angela Merkel, ao reiterar a confiança na estratégia da troika, não é partilhada, no entanto, pelos seus parceiros de coligação em Berlim, os liberais do FDP.

«Não devemos rejeitar precipitadamente as reservas e críticas das agências de notação financeira, mas sim tentar aproveitá-las de forma construtiva e inclui-las na elaboração dos instrumentos de resgate», sublinhou hoje na capital alemã Volker Wissing, vice-presidente da bancada parlamentar do FDP.

«Não se pode criticar o comportamento das agência de rating na chamada crise do subprime e depois exigir que, em relação á Grécia, deixem passar tudo, o mercado precisa de agências independentes, e ser independente significa, por vezes, ser incómodo», acrescentou o dirigente liberal.
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