BPI: reforço de capitais é «estupidez monumental» - TVI

BPI: reforço de capitais é «estupidez monumental»

Fernando Ulrich

Por se «fazer isto no meio de uma crise económica»

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O presidente do BPI voltou esta quinta-feira a apontar baterias contra as exigências de capital feitas aos bancos pela troika. Elas são, para Fernando Ulrich, uma «estupidez monumental» quando o país vive uma crise económica.

« Temos de continuar a protestar contra o que não tem sentido. O rácio de capital mínimo exigido aos bancos de 10 por cento no próximo ano é o dobro do que tínhamos há cinco anos», afirmou o banqueiro, no Congresso «O Imperativo do Crescimento», organizado pela CIP - Confederação Empresarial Portuguesa, em Lisboa.

Para o responsável, «fazer isto no meio de uma crise económica é uma estupidez monumental», cita a Lusa.

O memorando de entendimento acordado com o FMI, Comissão Europeia e BCE prevê que os bancos portugueses têm de cumprir um rácio core tier 1 (capital sobre activos ponderados de risco) de 9% este ano e 10% até final 2012.

Além disso, para cumprir as regras da Autoridade Bancária Europeia (EBA em inglês), os bancos têm de cumprir um rácio de 9% até final de Junho de 2012, mas este rácio é mais exigente ao implicar por exemplo o reconhecimento dos títulos de dívida pública a preços de mercado e não ao preço nominal.

Na sua intervenção, Fernando Ulrich mostrou-se ainda cansado das inspecções que a troika está a levar a cabo aos bancos, assim como dos vários testes de resistência ao sistema bancário.

«Os bancos não fazem mais nada se não trabalhar para as inspecções. Mesmo que tenhamos um bom resultado, isso implica uma degradação do serviço quando devíamos estar mais perto dos clientes». Críticas também ao caso dos testes de stress: «Um ainda não acabou e já se está a fazer outro».

«Já nem sei para quem são, se para Autoridade Bancária Europeia ou para o Banco de Portugal», ironizou Fernando Ulrich.
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