Brisa disposta a renegociar PPP e interessada na ANA

A Brisa está disposta a sentar-se à mesa das negociações com o Governo para renegociar os termos das parcerias público-privadas (PPP) e mantém o interesse na privatização da ANA ¿ Aeroportos de Portugal.

Em entrevista à Reuters, o administrador financeiro da empresa, João Azevedo Coutinho, diz que a Brisa «será sempre parte da solução e não do problema», acrescentando que «vamos lá estar, como sempre estivemos, para dialogar e encontrar a melhor solução».

No entanto, o responsável deixa claro que a renegociação das condições não poderá prejudicar a concessionária. «A Brisa está disposta a discutir, com grande abertura, qualquer tópico relacionado com as PPP e concessões», e está disposta a permitir alterações a prazos e garantias nos contratos assinados com o Estado, mas «apenas baseadas num mútuo acordo» que não prejudique a empresa.

Questionado se as alterações poderão implicar maiores custos para a Brisa, o administrador financeiro foi claro: «Penso que estas condições não podem ser alteradas e que a Brisa não pode ser penalizada em termos de custos».

A Brisa gere 1.500 km de auto-estradas distribuídos por seis concessões, algumas em regime de PPP.

No que se refere à suspensão do TGV Lisboa-Madrid, a Brisa não vê grande penalização, uma vez que apenas detém uma pequena parte de um consórcio que venceu a construção de um troço da linha.

«Fora do sector rodoviário a única oportunidade séria que vemos é a privatização da ANA», afirmou João Azevedo Coutinho. «Quando estiver pronta, a Brisa manifestará o seu interesse e analisará os termos da privatização».