Camargo rejeita proposta da administração da Cimpor - TVI

Camargo rejeita proposta da administração da Cimpor

Cimpor

Empresa brasileira considera proposta da cimenteira portuguesa «inaceitável e despropositada»

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A InterCement, controlada pela brasileira Camargo Corrêa, rejeitou o «convite» da administração da Cimpor para uma fusão, em alternativa à Oferta Pública de Aquisição (OPA) que a empresa lançou sobre a cimenteira portuguesa.

Em comunicado, a InterCement considerou que o «convite da administração da Cimpor não pode ser encarado seriamente», considerando-o mesmo «inaceitável, intempestivo, irrealista e despropositado» e avaliando que «põe em causa o futuro da própria» Cimpor.

Ao mesmo tempo, realçou que o documento enviado pela Cimpor à CMVM, na sexta-feira, tal «contém erros de informação incompreensíveis».

A Cimpor referiu, citada pela Lusa, que «o conselho de administração concluiu que cria mais valor para os seus acionistas a apresentação de um convite à Camargo Corrêa para que considere uma fusão entre a InterCement e a Cimpor, igualitária para todos os acionistas e que não implique o desmembramento da Cimpor».

A administração da cimenteira portuguesa entendeu que a sua proposta configura «uma alternativa superior para os acionistas que venham a permanecer investidos na Cimpor, incluindo a Camargo Corrêa».

A proposta, disse a administração da cimenteira, salvaguarda a exposição geográfica da empresa, visando criar «sólidas posições em mercados atrativos e de elevado crescimento, ultrapassando os riscos associados ao desmembramento da Cimpor».

De acordo com a cimenteira, garante também o «tratamento igualitário proporcionado aos acionistas», uma vez que «assegura que todos os acionistas são tratados de igual forma, podendo beneficiar do potencial de valorização de uma maior e reforçada plataforma de crescimento».

A proposta da Cimpor prevê ainda «o pagamento de um dividendo extraordinário de até um euro por ação, por forma a permitir a todos os acionistas participarem no sólido desempenho financeiro da empresa».

Em reação à proposta, a InterCement considera que a proposta da Cimpor «não assegura a saída da Votorantim, condição para uma estrutura acionista estável» e que o «dividendo extra descapitaliza» a cimenteira, «pondo em causa o seu crescimento futuro», contrapondo que é a sua oferta pública de aquisição que «trata todos os acionistas de forma igual».

Os principais acionistas da Cimpor são as brasileiras Camargo Corrêa (32,9%) e Votorantim (21,2%), bem como o empresário Manuel Fino (10,7%), que, de acordo com a nota da Cimpor enviada à CMVM, não pretende vender a sua participação. No capital social da empresa estão ainda presentes a Caixa Geral de Depósitos (9,6%) e o Fundo de Pensões do BCP (10%), que já anunciaram a disponibilidade para vender as suas participações na cimenteira.

A InterCement divulgou, a 30 de março, o anúncio preliminar de uma OPA sobre a totalidade do capital da Cimpor, oferecendo 5,50 euros por ação, um valor que a administração da Cimpor considerou muito baixo e que, aliado à falta de informação sobre as intenções da brasileira para o futuro da empresa, levou a que não recomendasse a venda.
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