«É a vez da austeridade chegar ao Estado» - TVI

«É a vez da austeridade chegar ao Estado»

Passos Coelho diz que não devem ser empresas e famílias a suportar mais a crise

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Está na hora de o Estado também se submeter à austeridade a que tem obrigado empresas e famílias, diz o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, em entrevista à TVI.

Passos Coelho foi confrontado com o argumento dos social-democratas para chumbarem o PEC 4 no Parlamento (de que era demasiado penalizador para os portugueses) e com a probabilidade de o pacote de austeridade que será imposto pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) ser muito mais agressivo. Questionado como estará disposto a negociar este pacote e a governar com ele, o líder laranja respondeu que «há vários tipos de austeridade. Há a austeridade que tivemos até agora, que as famílias e empresas têm suportado. Mas agora vai ser precisa também austeridade para o Estado».

O líder do PSD lembrou que o Governo queria congelar as pensões mais baixas e criar uma contribuição especial para reformas acima dos 1.500 euros, além de «voltar a lançar mão da estratégia dos impostos, em vez de fazer o que lhe competia: travar a despesa do Estado».

«O PSD chumbou o PEC 4 porque há um momento em que se tem de dizer basta. A austeridade não pode incidir sempre no aumento de impostos e no corte de rendimento», defendeu.

«Ou PSD com maioria ou mais do mesmo»

O PSD defende que, para relançar a economia, o essencial a negociar com Bruxelas e o FMI é uma austeridade «centrada no Estado» e que, se isso for conseguido, «metade do problema está resolvido, porque são empresas que criam crescimento e não o Estado».

Ainda que tenha voltado a sublinhar que o programa do PSD só será divulgado no princípio de Maio, Passos Coelho enfatizou dois aspectos já conhecidos: um «programa emergência social (para apoiar os mais jovens e mais idosos em risco) e uma estratégia de médio e longo prazo de aposta na economia e na poupança pública».

«Espero que estas eleições sirvam para deixar claro para qualquer eleitor que em jogo estão duas alternativas: ou o PSD lidera com maioria absoluta, com condições para governar e aplicar um programa de recuperação económica, ou temos mais do mesmo, com PEC atrás de PEC, sem qualquer aposta na economia».

Parte empresarial do Estado tem de encolher

No que se refere ao Estado, Passos Coelho defende que «deve ser encolhido na área empresarial».

«Não podemos ter empresas públicas que duplicam prejuízos em 4 anos e o Estado não consegue ter mão nelas», disse.

Instado a especificar se quer ou não privatizar a CGD, o líder laranja reiterou que a Caixa «precisa de sair rapidamente de áreas que não têm a ver com o essencial da sua intervenção mais financeira: deve poder alienar uma parte dos seguros e dos hospitais».

No entanto, defende, «deve estar maioritariamente nas mãos do Estado», ainda que «uma parte não poderá deixar de ser vendida».

Na mesma entrevista, Passos Coelho revelou ainda que será Eduardo Catroga a liderar a equipa que vai negociar com o Governo as medidas de austeridade.

Sobre eventuais coligações depois das eleições, admitiu uma aliança com o CDS e até com o PS, mas nunca com José Sócrates.
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