Empresas públicas já furaram tecto de endividamento - TVI

Empresas públicas já furaram tecto de endividamento

Processos

Companhias incumpridoras são todas do sector dos transportes

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[Notícia actualizada às 14h25]

Várias empresas controladas pelo Estado já superaram o limite de endividamento de 7% previsto no Plano de Estabilidade e Crescimento. São seis, para além das administrações portuárias, e todas do sector dos transportes: Estradas de Portugal, ANA, CP, Metro do Porto, Metro de Lisboa e Refer.

A dívida total do sector empresarial do Estado disparou 9,69% até ao final de Junho, e face à primeira metade de 2009, para 25,4 mil milhões de euros, avança esta quarta-feira o «Jornal de Negócios», com base nos dados mais recentes da Direcção-Geral do Tesouro e Finanças.

Um sinal de que a dívida das empresas públicas está a crescer a um ritmo imparável. Este descontrolo pode ser explicado pela subida em 2,2 mil milhões de euros na dívida remunerada, isto é, os empréstimos pedidos pelas empresas à banca e obrigações. Se tivermos em conta o passivo total, o aumento foi de 10%.

Ainda assim, se comparado com o último trimestre do ano passado, endividamento «engordou» a um ritmo dentro do limite imposto.

Estradas de Portugal à cabeça

A Estradas de Portugal é a empresa que está em piores lençóis. As dívidas tomadas junto do sector financeiro dispararam 41,3% para 1,88 mil milhões de euros. No caso da ANA, o agravamento foi de 19,4% para 509,3 milhões de euros, na CP foi de 16% para 3,5 mil milhões e, na Refer, de 9,3% para 5,8 mil milhões.

Governo garante que está tudo controlado

O ministro das Obras Públicas e Transportes, António Mendonça, disse ontem que «o importante é que, no conjunto do sector esses limites sejam cumpridos», nem que «uma empresa fique acima ou outra abaixo». E garantiu que «estamos a trabalhar» para que haja «um cumprimento».

O secretário de Estado dos Transportes, Carlos Correia da Fonseca, também veio hoje dizer que as empresas da sua tutela vão cumprir a meta do crescimento do endividamento definida pelo Governo no PEC.

«Não é verdade que o sector dos transportes [caminhos de ferro, portos e transportes rodoviários] no seu total, não cumpra o PEC». «No total das empresas sob a nossa tutela, vamos ter um crescimento do endividamento de 6,8% e não de 7% no final do ano», disse à agência Lusa Carlos Correia da Fonseca.

Até «poderemos ter de deslizar, aqui ou acolá, em investimentos, mas estamos melhor do que a meta definida para o PEC». E uma empresa pode exceder «num ponto percentual ou dois, mas outra compensa».
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