«FT»: défice de 4,6% é possível mas há «trabalho pela frente» - TVI

«FT»: défice de 4,6% é possível mas há «trabalho pela frente»

Financial Times

Jornal admite que Portugal sofreu por contágio com parceiros periféricos europeus, sem ter problemas tão graves

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O «Financial Times» escreve esta quarta-feira que a proposta de Orçamento apresentada pelo Governo «parece exaustivo o suficiente para fazer o défice dos 7,3 para 4,6% do PIB em 2011», mas acrescenta que «mesmo que o Orçamento passe, Portugal tem trabalho pela frente».

O jornal escreve que «Portugal tem razões para se sentir um pouco magoado», uma vez que «não tem um problema de dívida externa ou um serviço público gordo como a Grécia» nem «uma crise imobiliária e bancária como a Irlanda», tendo sofrido «uma forte dose de contágio dos seus parceiros da europeriferia», com as taxas de juro da dívida pública portuguesa a 10 anos a subirem até aos 6,5% «face à possibilidade de o Governo minoritário falhar a aprovação no parlamento de um orçamento de austeridade para 2011».



O jornal alerta, na sua secção Lex Column, que «o desafio [de Portugal] a longo prazo não são acertos orçamentais, mas sim alcançar crescimento económico sustentável depois de um 2011 fraco», recordando que o Governo estima «um crescimento do PIB negligenciável [0,2%]» contra «um declínio de 1,1% previsto pelo Barclays Capital».

O «Financial Times» considera que «os sinais esta semana são de que a oposição pode estar a amolecer; os yields caíram um pouco». Ainda assim, acrescenta, «a luta política é indicativa do quão difícil é para os governos alcançarem os ajustes fiscais prometidos, que permitiram um acalmar da crise na Zona Euro».

Para o «FT», «o país está a ser atrasado por um mercado laboral rígido, um ensino abaixo dos pares e um alto endividamento do sector privado. Enquanto esses obstáculos não forem atacados, o objectivo último do Governo (reequilibrar a economia para depois focá-la em exportações de valor acrescentado) vai continuar fora de alcance».
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