Jobs preferiu medicina alternativa a cirurgia - TVI

Jobs preferiu medicina alternativa a cirurgia

Biografia revela que ex-administrador da Apple recusou ser tratado inicialmente e que isso pode ter-lhe custado a vida

Relacionados
O ex-CEO da Apple, Steve Jobs - que morreu no passado dia cinco de Outubro, aos 56 anos de idade - retardou o tratamento cirúrgico do cancro no pâncreas, preferindo combater a doença com recurso à macrobiótica e a tratamentos naturais, afirmou o seu biógrafo ao programa «60 Minutos» da estação de televisão CBS.

Esse era o motivo de discussão entre Jobs e o homem a quem confiou a eternização, em papel, da sua vida - o escritor norte-americano Walter Isaacson.

Contra a vontade de toda a família e amigos, Steve Jobs apenas aceitou a operação ao tumor em 2004, nove meses depois de a doença ter sido detectada.

Durante dias a fio, optou por uma combinação de cura alternativa: fazia dieta, tratamentos espirituais e levava um estilo de vida macrobiótico, conta o biógrafo. O resultado foi que, quando «caiu em si», era tarde de mais.

De acordo com a CBS, durante o tempo que evitou a medicina tradicional, o cancro alastrou até aos tecidos do órgão -«Ele dizia: ' eu não quero que o meu corpo seja aberto e não quero estar a ser «violado» nesse sentido'», relembrou Walter Isaacson.

Com base numa das mais de 40 entrevistas que fez a Jobs, Isaacson garantiu à estação que o homem forte da Apple chegou a arrepender-se da decisão de trocar a cirurgia por métodos alternativos - «Ele queria muito falar sobre a operação e de como se arrependia de tê-la adiado¿ Acho que ele sentia que devia ter sido operado mais cedo».

Em entrevista à CBS, o autor disse que a recusa por parte do visionário da tecnologia em aceitar ser tratado por médicos passava pela crença de que, ao não pensar na doença, conseguiria evitá-la com o poder da mente.

«Acho que ele acreditava que quando ignorarmos algo, quando não queremos que algo exista podemos ter pensamentos mágicos. Falámos muito sobre isso», contou.

Isaacson revelou ainda algumas das melhores histórias retiradas da biografia, incluindo o facto de Jobs ter conhecido o homem, que seria afinal o seu pai biológico, antes de saber quem ele era na realidade.

O tema religioso foi outro foco do trabalho do biógrafo.

De acordo com Isaacson, Steve Jobs defendia que as hipóteses de Deus existir são de 50-50 e que se tornara mais crente, a partir do momento em que descobriu a doença, que viria a revelar-se fatal.

A biografia de Steve Jobs é o resultado de dois anos de convivência entre o ex-CEO e Walter Isaacson, antigo administrador da CNN, e chega às livrarias portuguesas no próximo mês de Novembro.
Continue a ler esta notícia

Relacionados