Maré negra: BP vende crude recuperado

O crude que a petrolífera BP está a remover das águas do Golfo do México vai ser «sujeito a um processo de limpeza e refinação», sendo os lucros investidos na «reabilitação e preservação das espécies» daquela zona, disse fonte oficial da BP Portugal.

«O crude recuperado é vendido e sujeito a um processo de limpeza e refinação. Todos os lucros obtidos com o petróleo recuperado no local serão investidos na reabilitação e preservação das espécies naturais da zona», disse a fonte, via e-mail, acrescentando que a BP «irá doar à organização norte-americana National Fish and Wildlife Foundation (NFWF) a totalidade das receitas resultantes da venda do crude recuperado do derrame», escreve a Lusa.

«No imediato, a BP vai disponibilizar cinco milhões de dólares [3,8 milhões de euros] à NFWF, de forma a assegurar o trabalho da organização no terreno», adiantou a mesma fonte.

Amílcar Soares, professor do Centro de Estudo de Recursos Naturais e Ambiente do Instituto Superior Técnico, considera que «a maioria do petróleo bruto é recuperável», até porque «há situações em que o crude [extraído] vem com água do mar e há instalações em terra que separam a água do crude, mesmo quando não se trata de um acidente».

De acordo com os números avançados pela BP Portugal, até quinta-feira «foi possível recuperar cerca de 740 mil barris de petróleo e gás (cerca de 120 milhões de litros)», sendo que as últimas estimativas do governo norte-americano apontavam para o derrame de 60 mil barris diários para o oceano, tendo a BP anunciado também no mesmo dia que conteve a fuga, depois da realização de um teste bem sucedido.

A pior maré negra da história dos Estados Unidos foi provocada pela explosão, a 20 de Abril, da plataforma de extracção petrolífera «Deep Horizon», operada pela petrolífera britânica, ao largo da costa do Luisiana, no sul dos Estados Unidos, e pelo seu naufrágio dois dias depois.