Ninguém se declara culpado da crise - TVI

Ninguém se declara culpado da crise

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Comissão que está a investigar a crise financeira visa encontrar culpados e recomendar medidas de prevenção. Responsáveis pela banca e supervisores não admitem responsabilidade pelo colapso financeiro

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Lamentam «profundamente» a explosão da crise financeira, mas não reconhecem ter contribuído para a despoletar. Os responsáveis pela banca e supervisores financeiros têm respondido às perguntas da Comissão de Investigação da Crise Financeira, mas contêm-se quando chega o momento de declarar inocência ou culpabilidade, adianta esta segunda-feira o jornal espanhol «Cinco Días».



Na semana passada foi a vez do ex-executivo do Citigroup, Charles Prince, ter lamentado «profundamente que os nossos gestores, começando por mim, não tivéssemos sido mais clarividentes». O banco de Prince contou com a ajuda de 45 mil milhões de euros do Estado para não afundar. O responsável apontou os excessos dos mercados, o apetite desmesurado pelo risco e as classificações generosas das agências de rating como alguns dos factores que originaram uma situação de crise.



Mas, tal como o ex-presidente da Reserva Federal norte-americana (Fed), não apontou o dedo a ninguém, nem a si próprio. Alan Greenspan recusou que o seu papel era o de um cirurgião que tinha a obrigação de eliminar o cancro antes das metástases.

Bancos ocultaram níveis de risco

A crise financeira veio, antes, acompanhada de supresa: as firmas financeiras afinal deixaram de ser capazes de proteger os accionistas e o sistema. Mas a Fed não actuou mal, de acordo com este executivo que alegou não terem havido falhas de regulação nem de uso do poder.



Há 18 bancos de grande dimensão que ocultaram o seu nível de risco nos últimos cinco trimestres, segundo o «The Wall Street Journal», citado pelo mesmo jornal espanhol. Essas instituições financeiras chegaram mesmo a reduzir temporalmente a sua dívida numa média de 42%, antes de dar a conhecer os resultados aos investidores.



O rebuliço financeiro continua. E vem espelhar o que o conselheiro e director do Departamento Monetário e de Mercado de Capitais do FMI, José Viñals, já concluiu: «Os banqueiros não aprenderam nada».
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