Pingo Doce: «Campanha enganadora» podia ter corrido mal - TVI

Pingo Doce: «Campanha enganadora» podia ter corrido mal

Confusão no Pingo Doce (direitos reservados)

Para o responsável pela CNA diz que «podia ter havido alguma tragédia dada a forma como se estimulou a corrida às prateleiras»

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O dirigente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), João Dinis, criticou esta quarta-feira a «campanha esmagadora» dos supermercados Pingo Doce no 1.º de Maio, questionando quanto é que a cadeia «estará a ganhar normalmente».

«Afinal, se podem vender produtos a metade do preço, quando estão a vender normalmente, quanto é que estão a ganhar? É que há uma lei que proíbe venda abaixo do custo [ dumping]», disse João Dinis, citado pela Lusa, numa conferência em Coimbra sobre as dificuldades que o setor da agricultura atravessa.

O dirigente da CNA considerou que existe «uma ditadura comercial» das grandes superfícies comerciais, caracterizando-as como «um Estado dentro» do Estado.

«Percebemos perfeitamente o que os portugueses fizeram [ao aderirem à referida campanha na terça-feira], as pessoas têm grandes dificuldades, o problema é de quem deixa que isso se faça, que é utilizar as dificuldades e o drama de centenas de milhares de famílias portuguesas para jogar isto contra o próprio 1.º de Maio».

Na perspetiva do membro da direção da CNA, esta campanha podia ter «dado mau resultado» e «podia ter havido alguma tragédia dada a forma como se estimulou a corrida às prateleiras».

«Decorreu essa campanha em manifesta falta de condições de segurança e só por milagre é que não houve uma tragédia, dentro das grandes superfícies e cá fora, e apesar da mobilização geral da polícia ao serviço das grandes cadeias de superfícies comerciais».

Segundo João Dinis, a CNA integra uma plataforma que está a trabalhar para que seja criado um conjunto de legislação que «evite os abusos brutais e impunes que os donos das grandes cadeias de superfícies comerciais mandam executar, ainda por cima, querendo-se fazer passar por grandes consciências morais protetoras dos portugueses ou até instituições de caridade».
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