Portugal Telecom: acabou a «golden share» - TVI

Portugal Telecom: acabou a «golden share»

AG da PT terminou às 16h15

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Os accionistas da Portugal Telecom (PT) aprovaram esta terça-feira em Assembleia-geral a extinção da «golden share» do Estado na operadora, com mais de 99% dos votos, adiantou fonte próxima à Agência Financeira.

Pouco depois, a CMVM [regulador da bolsa] comunicava ao mercado: «A Portugal Telecom, SGPS S.A. informa que na Assembleia Geral de Accionistas, realizada na tarde de hoje, foi aprovada a alteração dos Estatutos da Sociedade nos termos propostos, tendo deste modo sido eliminados os direitos especiais atribuídos, até à presente data, às 500 acções da categoria A (a denominada golden share)».

A declaração da aprovação foi feita por António Menezes Cordeiro, presidente da Assembleia-geral da empresa. A decisão é vista pelo presidente executivo da PT, Zeinal Bava, como um «processo natural de evolução» da empresa.

PT está «mais exposta»

Já o presidente do Conselho de Administração da Portugal Telecom (PT) admitiu que a empresa está «mais exposta» com o fim dos direitos especiais do Estado na operadora.

«Estamos particularmente confiantes na capacidade que temos demonstrado de extrair o máximo valor da PT a favor dos seus accionistas» e de Portugal, declarou Henrique Granadeiro, para depois acrescentar: «É com essas armas que nós estamos no mercado, agora mais expostos do que anteriormente, mas igualmente confiantes na nossa capacidade».

Como manter controlo da empresa em Portugal?

O vice-presidente da Visabeira - que detém 2,64% do capital da PT - está convicto de que, através do núcleo duro accionista forte com base em Portugal, a PT vai manter uma rota de crescimento e o seu centro de decisão no país.

«O núcleo duro de accionistas vai trabalhar em conjunto e, se calhar, até reforçar a sua colaboração no sentido de garantir que essa coesão seja cada vez maior, por forma a que a empresa tenha um núcleo accionista nacional robusto que lhe permita que o centro de decisão aqui permaneça», disse à Lusa Paulo Varela, à saída da assembleia-geral de accionistas.

Existem outros mecanismos «que não através da golden share para garantir ou, pelo menos, tentar que o controlo da empresa permaneça em Portugal».

«Penso que isso será um desígnio nacional, é importante para o país e para a economia portuguesa, tanto mais que é uma prática em quase todos os países ter o controlo das telecomunicações nacionais», disse Paulo Varela, dando como exemplo França, Alemanha e Itália.

A AG da PT - que começou com um ligeiro atraso - terminou às 16h15. Esteve representado 68 por cento do capital accionista da operadora.

O fim dos direitos especiais do Estado em empresas como a PT foi uma das imposições da «troika».

O Sindicato dos Trabalhadores da Portugal Telecom (STPT) já veio demonstrar preocupação com o fim dos direitos especiais do Estado na PT, considerando que tal decisão está relacionada com interesses exclusivamente financeiros.

As acções da Portugal Telecom fecharam a perder 0,11% para os 6,18 euros.

[Notícia actualizada com reacções e cotação de fecho]
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