PT: venda da Vivo e compra da Oi agrada a todos - TVI

PT: venda da Vivo e compra da Oi agrada a todos

Governos, empresas e accionistas aplaudem negócio aprovado por «unanimidade» pelos administradores da Portugal Telecom

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A venda da participação da brasileira Vivo à Telefónica e a compra de cerca de 22% da Oi por parte da PT deixou todas as partes envolvidas satisfeitas, desde os governos dos dois países até às empresas e accionistas.

Quase um mês depois da assembleia-geral de accionistas da PT, a 30 de Junho, em que o Governo português vetou a venda da Vivo à espanhola Telefónica, os administradores da operadora nacional votaram por «unanimidade» a venda da Vivo por 7,5 mil milhões de euros (mais 350 milhões do que a proposta anterior).

Já a entrada no capital da Oi vai custar à PT 3,7 mil milhões de euros.

A Telefónica torna-se, assim, líder no mercado brasileiro de telecomunicações, enquanto que a PT mantém uma presença estratégica naquele país, encaixa mais dinheiro e cumpre o desígnio do governo português que classificou de «interesse nacional» a sua presença naquele mercado.

Foi, assim, «uma solução boa para todas as partes», classificou o presidente executivo da PT. Zeinal Bava destacou também o uso da golden share que deu «tempo» à PT para negociar o melhor para a empresa.

O primeiro-ministro, José Sócrates, aplaudiu o negócio, classificando-o como um «excelente acordo para os accionistas e, principalmente, um excelente acordo do interesse estratégico de Portugal».

Também a Comissão Europeia se manifestou «satisfeita» com o negócio, ao passo que os partidos da oposição socialista ficaram menos satisfeitos.

O PSD acusou o Governo de ter «mudado de posição» quanto ao uso da golden share, considerando que o negócio hoje firmado é idêntico ao que o Executivo vetou.

«Oi vai continuar brasileira da Silva»

O Bloco de Esquerda acusou o Governo de «contraditório» por usar a golden share na PT ao mesmo tempo que quer privatizar «sectores estratégicos».

Também o PCP acusou o Governo de ter vendido os interesses estratégicos do país por 350 milhões de euros, exigindo que o Governo imponha que a receita obtida pela PT seja «dirigida para o investimento nacional e, fundamentalmente, para amortização da dívida contraída com a aquisição da Vivo».

A deputada do CDS-PP Assunção Cristas escusou-se a comentar o acordo, sublinhando tratar-se de «negociações entre empresas privadas».

Já os analistas contactados pela Lusa preferiram destacar a importância da PT para a estratégia da Oi. considerando que, apesar de minoritária, a participação da PT «é suficiente» para ter uma palavra a dizer na gestão da Oi.

«A Portugal Telecom terá ainda o direito de nomear dois membros do conselho de administração», sublinhou Amanda Purton do Barclays Wealth.
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