Santander Totta: lucro cai 17% para 435 milhões - TVI

Santander Totta: lucro cai 17% para 435 milhões

Nuno Amado

Resultado antes de impostos, actividade comercial e margem financeira registaram quedas em 2010 face ao ano anterior

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O banco Santander Totta registou um resultado líquido de 434,7 milhões de euros em 2010, uma queda de 16,9 por cento face a 2009, divulgou esta terça-feira a instituição bancária em conferência de imprensa.

Já o resultado antes de impostos foi de 543,1 milhões de euros, menos 14,6% do que no ano anterior.

As receitas de actividade comercial caíram 5,8% em 2010, «resultante do decréscimo de 9,8% na margem financeira, consequência do aumento dos custos de financiamento e abrandamento do crescimento do crédito, em 2010, e também da margem financeira obtida em 2009 ter sido excepcionalmente elevada», de acordo com os dados divulgados pela instituição.

Totta vai pagar dividendos «moderados»

Apesar dos maus resultados, o banco vai pagar dividendos aos accionistas, garantiu Nuno Amado.

«O banco vai pagar dividendos, vamos decidir o montante a pagar mais perto da assembleia-geral, que é normalmente no final de Abril», disse o banqueiro, citado pela Lusa.

Uma coisa é certa, estes dividendos serão «moderados»: «Ou vamos pagar dividendos de forma moderada ou iremos ter ações que compensem o pagamento de dividendos de forma a reforçar os nossos capitais».

4,3 mil milhões emprestados pelo BCE

Já sobre as dificuldades de financiamento, o Santander Totta tinha 4,3 mil milhões de euros de financiamento do Banco Central Europeu (BCE) até 31 de Dezembro.

Em 2009, o banco de Nuno Amado tinha um financiamento de 2,5 mil milhões de euros.

«Em 2009, antes dos mercados fecharem, tínhamos um financiamento do BCE de 2,5 mil milhões de euros. Em 2010, à medida que os mercados fecharam o financiamento subiu para 7 mil milhões de euros no verão e fechamos o ano com 4,3 mil milhões euros», explicou Miguel Bragança, administrador do banco, citado pela Lusa.

É preciso encontrar alternativa ao FMI

«O apoio externo que foi feito pelo Fundo Monetário Internacional à Grécia e à Irlanda só resolveu alguma estabilização do risco soberano e mais nenhum aspecto. Há seguramente outras formas de fazer apoio externo, deveríamos tentar não seguir esse caminho», defende Nuno Amado.

«Parece-me que serão mais adequados mecanismos de parceria dentro da União Europeia, como os que estão a ser definidos, que implicam da nossa parte responsabilidade de termos de atingir um conjunto de metas importantes», acrescentou o banqueiro.

Nuno Amado defendeu ainda mais «rigor orçamental», acrescentando que este deve ser seguido tanto pelo Estado como pelas empresas, assim como uma desalavancagem da economia.

«Todos temos de fazer trabalho de casa. O Governo tem um papel fundamental na gestão do orçamento, os bancos têm de começar a iniciar a desalavancagem porque isso é positivo para economia».

[Notícia actualizada às 15h30 com mais informação]
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