Sindicato da Groundforce: «Despedimento é uma decisão política» - TVI

Sindicato da Groundforce: «Despedimento é uma decisão política»

Aeroporto, bagagem

Estrutura sindical faz duras críticas à administração da empresa

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O Sindicato dos Técnicos de Handling nos Aeroportos (STHA) manifestou «total repúdio» pela decisão da administração da Groundforce, anunciada esta quarta-feira, de encerrar a base de Faro e, com isso, lançar 336 pessoas no desemprego.

Em declarações à Agência Financeira, o presidente da estrutura sindical, André Teives, considera que, «claramente, trata-se de uma decisão política, do mesmo Governo que, através da Administração da TAP, está a sustentar 2.800 postos de trabalho no Brasil, na VEM, uma empresa altamente deficitária, que já custou 250 milhões de euros aos cofres da companhia desde que foi comprada e que dá 70 milhões de euros de prejuízo por ano».

«São 336 pessoas que vão para o desemprego, num país onde o emprego não abunda, e muito menos no Algarve», lembra, lançando críticas à empresa. «Não há pejo, não há decoro nenhum em fazer isto sem diálogo com os sindicatos».

Depois de, em 2006, o Sindicato ter proposto um regime de maior flexibilidade para a base em Faro, que abrangeu cerca de 50 pessoas, e que passava por adaptar as horas de trabalho à actividade existente no aeroporto, e pela colocação de pessoas noutras bases com maior actividade, André Teives lamenta que a Groundforce nunca mais tenha manifestado interesse neste tipo de iniciativa.

«Depois disso, a empresa não manifestou vontade de dinamizar mais esse tipo de programa», afirma.

Pessoal de Faro disposto a trabalhar noutras bases

Na conferência de imprensa onde anunciou o encerramento da base e o despedimento colectivo, o administrador delegado da Groundforce, Fernando Melo, admitiu a possibilidade de alocar alguns dos trabalhadores de Faro noutras bases, desde que isso fosse de encontro à vontade dos funcionários e servisse para satisfazer as necessidades das outras bases.

O presidente do STHA garante que «existem pessoas a trabalhar em Faro dispostas a serem transferidas para outra escala, como Lisboa», onde a Groundforce «está a meter pessoas no quadro este mês».

A Groundforce possui actualmente bases operativas de assistência a bagagens no Porto, Lisboa, Faro, Porto Santo e Funchal.

Além de encerrar a base de Faro, a Groundforce diz que é essencial, para garantir a viabilização da empresa, renegociar o Acordo Empresa com os restantes trabalhadores. As conversas com os sindicatos «duram há dois anos» e «continuam», afirmou Fernando Melo.

«Em 2008 a plataforma sindical dos trabalhadores apresentou à TAP uma proposta para a renegociação do Acordo Empresa, onde propunha o congelamento de promoções e do complemento de antiguidade, bem como a inexistência de aumentos salariais por três anos», defende-se André Teives, acrescentando que, na altura, a companhia recusou e saiu das negociações.

O sindicalista reagiu ainda às declarações do ministro da tutela, António Mendonça, que disse ao início da tarde ter conhecimento da possibilidade de despedimentos na Groundforce e lamentar a situação. «Foi um comentário infeliz», concluiu.

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