UGT: «Ajuda era evitável». FMI é «chapa 8» - TVI

UGT: «Ajuda era evitável». FMI é «chapa 8»

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João Proença aponta dedo ao Fundo Monetário Internacional por apoiar soluções iguais para todos: privatizações e despedimentos

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Em dia de reunião com a chamada troika, que junta os responsáveis do FMI, BCE e Comissão Europeia, o secretário-geral da UGT vem dizer que o pedido de ajuda ao FMI era evitável e apontar o dedo ao Fundo Monetário Internacional por apoiar soluções «do tipo chapa 8», iguais para todos os países.

«Não se compreende como é que um país da União Europeia tem de recorrer à ajuda do FMI, quando tem um sistema estatístico e contas credíveis», disse à Lusa João Proença, para quem a independência de Portugal não pode ser posta em causa, tendo o país de continuar a ser governado por entidades nacionais.

O sindicalista acusa o FMI de continuar a ter uma cultura de liberalização quase total do mercado e de impor aos países que apoia soluções «do tipo chapa 8», que se baseiam sempre em privatizações e despedimentos na administração pública.

«Concordo que tem de se reduzir o défice público mas não com políticas impostas por pessoas alheias à realidade portuguesa».

Quem deve sacrificar-se?

Para o líder da UGT, o combate à crise não pode ser só feito à custa de mais sacrifícios, porque «isso pode levar ao aumento da conflitualidade social». Aqui, defende, a participação dos sindicatos é muito importante.

«Seria um grande erro se as soluções apontadas fossem só financeiras, pois isso irá gerar grandes injustiças sociais, sabemos que são necessários sacrifícios mas espero que sejam distribuidos pelos grandes empresários e pelo capital financeiro e não impostos a quem menos pode».

Proença repudia a imposição de mais sacrifícios a quem aufere os salários e as pensões mais baixas, sob pena de se agravarem as desigualdades sociais. «Provavelmente vamos ter agravamento de desemprego».

Portugueses precisam de ficar esclarecidos

O líder da UGT lembra as eleições legislativas que estão marcadas para 5 de Junho: nessa data os cidadãos devem ser confrontados com opções e não com receitas externas.

«As negociações com o FMI devem terminar antes das eleições mas vão condicioná-las. Os portugueses têm de saber quais são as soluções apresentadas pelos partidos».

E é fundamental, diz o sindicalista, que do acto eleitoral saia um Governo maioritário. «Provavelmente isso não vai acontecer, o que vai obrigar a um entendimento entre partidos».
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