Venda da seguradora Tranquilidade pode acabar em tribunal - TVI

Venda da seguradora Tranquilidade pode acabar em tribunal

Apollo pode investir cerca de 200 milhões de euros para ficar com Tranquilidade

Grupo de obrigacionistas do Grupo Espírito Santo vai tentar inviabilizar a venda da seguradora do fundo de investimento Apollo

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Um conjunto de obrigacionistas da Espírito Santo Financial Group (ESFG) avançou com uma ação civil contra a venda da seguradora Tranquilidade à Apollo, considerando-se lesados num processo que admitem conter ilegalidades, disse esta quarta-feira o presidente da ATM.

O presidente da Associação de Investidores e Analistas Técnicos do Mercado de Capitais (ATM), Octávio Viana, disse hoje à Lusa que «cinco ou seis obrigacionistas» da ESFG entregaram na sexta-feira uma ação civil no tribunal da unidade central de Lisboa e aguardam agora para anexar ao processo uma providência cautelar.

«Os obrigacionistas têm pronta uma providência cautelar para anexar à ação, mas necessitam do número do processo para avançar que, devido aos problemas com o Citius [plataforma informática que gere o sistema judicial e que tem tido vários problemas nas últimas semanas] ainda não estão a conseguir», disse Octávio Viana, citado pela Lusa.

Com estas ações, os obrigacionistas pretendem travar a venda pelo Novo Banco da seguradora Tranquilidade aos norte-americanos da Apollo, por considerarem que «estão a ser lesados» no negócio e que o «processo pode conter ilegalidades», explicou o presidente da ATM, que apoia a ação civil.

No final de agosto, a ESFG admitiu que o penhor do Novo Banco sobre as ações da Tranquilidade pode ser ilegal, ao considerar que não foi notificada da execução dessa garantia, e que, por isso, ainda é dona dos títulos da seguradora.

A ESFG, que está sob gestão controlada no Luxemburgo, controla a 100% a Tranquilidade, mas deu a seguradora como penhor ao Banco Espírito Santo (BES) como colateral de uma dívida a esta instituição.

Com a divisão do BES em bad bank e Novo Banco, o Banco de Portugal esclareceu que os direitos de crédito do BES sobre a ESFG, garantidos pelo penhor da Tranquilidade, já que o banco liderado por Vítor Bento fica com o direito de ser reembolsado desse crédito.

Assim, o Novo Banco avançou com a venda da Tranquilidade à Apollo Managment International, fundo norte-americano que também esteve na corrida à reprivatização das seguradoras da Caixa.

No final de agosto, fonte ligada ao processo disse à agência Lusa que os norte-americanos da Apollo pretendem investir cerca de 200 milhões de euros para ficar com a Tranquilidade, um valor que inclui uma injeção de 140 milhões de euros na seguradora.
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