Défice abaixo dos 7,3% é «fogo-de-artifício» com «canas» para apanhar - TVI

Défice abaixo dos 7,3% é «fogo-de-artifício» com «canas» para apanhar

Honório Novo

Partidos da oposição reagem ao anúncio do Governo sobre execução orçamental de 2010. PS diz que dados mostram que «sacrifícios têm um sentido»

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[Notícia actualizada às 14:20 com reacção do PSD e do PS]

Os partidos da oposição já começaram a reagir à garantia dada esta sexta-feira pelo primeiro-ministro de que o défice ficou «bem abaixo» dos 7,3% em 2010.

O Bloco de Esquerda lamenta que José Sócrates e o ministro das Finanças não tenham falado sobre as expectativas de evolução da economia este ano. Para o PCP, o anúncio do Governo foi uma espécie de «fogo-de-artifício»; quem vai «apanhar as canas» são os portugueses.

O deputado comunista Honório Novo encara o anúncio do Governo sobre a meta do défice como «uma espécie de fogo-de-artifício, uma festa organizada pelo primeiro-ministro e pelo ministro das Finanças. Mas, como em qualquer festa, há queimas. E quem apanha a fava e as canas são os novos desempregados, as famílias que perderam o abono de famílias, os reformados».

Esta é, por isso, diz o PCP, «uma oferta artificial, só para se se vangloriarem da redução de um défice que significa toda esta austeridade».

Do lado dos bloquistas, José Gusmão lamentou que «nem o ministro das Finanças nem o primeiro-ministro [tenham falado] das expectativas sobre a evolução da economia em 2011, num contexto em que há cortes nas prestações sociais» e a taxa de desemprego é elevada. Só o crescimento e a criação de emprego é que podem travar a especulação dos investidores e a entrada do FMI».

Sobre a necessidade de ajuda, o BE considera que a vinda do FMI para Portugal «não só não é necessária, como seria prejudicial ao país».

Para o PSD, os dados hoje divulgados resultam das medidas inscritas no Plano de Estabilidade e Crescimento e de receitas extraordinárias, notando que o futuro passa por «reformas profundas» e não por «medidas pontuais».

«Temos de caminhar para que a recuperação e a consolidação da nossa despesa pública seja uma realidade e não pensarmos sempre no recurso a receitas extraordinárias e ao aumento de impostos».

«Tudo aponta no sentido do cumprimento do défice». «Esperamos e desejamos que esse objectivo seja atingido».

«É indiscutivelmente um grande sucesso»

O líder parlamentar do PS defendeu que os dados sobre a execução orçamental mostram que os «sacrifícios têm um sentido» e elogiou a capacidade do Governo em concretizar um objectivo «ambicioso».

«A partir deste momento temos todas as razões para pensar que os sacrifícios têm um sentido e esse sentido é o de restabelecer a confiança na economia e nas finanças públicas portuguesas». «É indiscutivelmente um grande sucesso». Sobre a redução do défice, Francisco Assis realçou que os dados significam «que houve capacidade da parte do Governo em concretizar um objectivo reconhecidamente ambicioso».

«Isso é fundamental para projectar uma imagem de confiança nas nossas finanças públicas e na nossa economia em geral».

«Portugal não vai pedir ajuda porque não precisa»
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