Passos recusa fazer declarações que tragam «cenários de crise» - TVI

Passos recusa fazer declarações que tragam «cenários de crise»

Passos Coelho (Mário Cruz/Lusa)

Líder do PSD concorda com Cavaco Silva. «Há palavras a mais no espaço político», alerta

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Pedro Passos Coelho concordou esta terça-feira com o Presidente da República de que «há palavras a mais» no espaço político, voltando a garantir que os sociais-democratas não têm qualquer interesse em fazer declarações que tragam «cenários de crise».

«Julgo que o Presidente da República tem toda a razão quando diz que há palavras a mais no espaço público e político em Portugal», afirmou o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, quando confrontado com as acusações do ministro dos Negócios Estrangeiros de que os sociais-democratas têm acentuado o «fantasma» da crise política, cita a Lusa.

Recordando que há cerca de um mês existia a «preocupação grande» de que se criassem condições de viabilizar o Orçamento do Estado para 2011 e que hoje essas condições estão asseguradas, Passos Coelho disse não existir interesse em fazer declarações que tragam cenários de crise.

«Estão criadas essas condições, julgo que não há nenhum interesse, e da parte do PSD seguramente não há nenhum interesse, em fazer mais declarações que tragam cenários de crise, substituições do Governo ou criação de outros casos e não é do PSD com certeza que o país têm ouvido essas declarações», sustentou.

Passos Coelho, que falava aos jornalistas depois de um encontro com Cavaco Silva, onde transmitiu o apoio do PSD à sua recandidatura a Belém, insistiu ainda na mensagem que já tinha deixado no Conselho Nacional do partido na segunda-feira à noite, considerando que a reeleição do actual chefe de Estado a 23 de Janeiro irá abrir um novo ciclo político.

Portugal e Irlanda são diferentes

Questionado se esse novo ciclo será «com o mesmo Presidente e com um novo Governo», o líder do PSD não respondeu directamente, preferindo destacar que o Orçamento do Estado será viabilizado e será depois executado pelo Governo, de modo a trazer tranquilidade aos mercados e a mostrar que o país é capaz de fazer o seu trabalho de casa.

Interrogado se entende que a aprovação do Orçamento é suficiente para o executivo de José Sócrates se manter em funções, Passos Coelho insistiu que o importante era criar condições para a viabilização do documento.

Relativamente à possibilidade de Portugal poder ser «arrastado» pela necessidade da Irlanda recorrer à ajuda financeira de Bruxelas, Passos Coelho considerou não ser «prudente, nem razoável» estar a antecipar cenários que possam resultar da evolução europeia, mas sublinhou que a situações dos dois países é diferente.

O líder do PSD disse ainda acreditar que a viabilização do Orçamento do Estado para 2011 irá ajudar a ultrapassar a «situação difícil» de Portugal, apesar da recuperação da credibilidade depender da execução do Orçamento.
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