Pensionistas: «Isto é uma calamidade» - TVI

Pensionistas: «Isto é uma calamidade»

Idoso

Congelamentos e cortes anunciados nas pensões levam representantes dos reformados a apontar o dedo a Sócrates

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O congelamento das pensões e cortes nas reformas acima dos 1.500 euros são uma «calamidade». É desta forma que reagem os representantes dos reformados à medida anunciada esta sexta-feira pelo Governo. E acusam o primeiro-ministro de «cinismo e hipocrisia» ao ter prometido que nunca mexeria nas pensões.

Um dia após a concentração de reformados em frente à residência oficial de primeiro-ministro (PM), o presidente da Federação das Associações de Reformados do Distrito de Lisboa, Joaquim Augusto dos Santos, lamenta a decisão do Executivo, lembrando que, com as medidas agora anunciadas, «vai haver um significativo agravamento do custo de vida dos reformados».

«O congelamento das reformas mais baixas é uma calamidade». «Não sei como é que as pessoas vão sobreviver. Isto é muito dramático».

Joaquim Augusto dos Santos sublinhou ainda que estes cortes e congelamentos poderão afectar mais pessoas para além dos próprios pensionistas: «Antigamente eram os filhos que ajudavam os pais mais velhos, mas hoje muitos estão no desemprego ou têm trabalhos precários e por isso ainda são ajudados pelos pais».

«As palavras de José Sócrates mostram um verdadeiro cinismo e uma hipocrisia perfeita», acusou por seu turno o presidente da Confederação Nacional de Reformados Pensionistas e Idosos (MURPI), Casimiro Menezes, lembrando que, na altura em que foram anunciados os cortes salariais, o primeiro-ministro «disse que os reformados nunca seriam afectados».

Casimiro Menezes recordou que esta é a segunda «má notícia» do ano para os pensionistas: «O Orçamento de Estado de 2012 já previa uma penalização para todos os rendimentos incluindo as reformas e agora ainda vêm agravar mais a situação».

Os dois representantes disseram à Lusa que os pensionistas vão lutar contra as medidas e que para já está confirmada a sua presença na manifestação da CGTP, marcada para dia 19 de Março.

No protesto «Geração à Rasca», agendada para este sábado, também estarão presentes mas «em nome individual». «Vão estar muitos avós», disse Casimiro Menezes.

O presidente da MURPI acrescentou que a medida hoje anunciada é «injusta» porque se trata de um grupo «que depende unicamente das suas pensões» e que descontou ao longo de toda a vida.

Na prática, a partir de 2012 vai ser aplicada uma taxa para as pensões entre 1.500 e 2 mil euros e outra taxa fixa gradual até a um máximo de 10%. E é para continuar «enquanto for necessário».
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