Exportações são «única força a que nos podemos agarrar» - TVI

Exportações são «única força a que nos podemos agarrar»

António Perez Metelo diz ainda que «é preciso produzir mais» dentro de Portugal. Renováveis e agro-alimentar são grandes apostas

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Será que o crescimento das exportações este ano - se se mantiver em linha com o do ano passado, em que houve um aumento de 15% dos bens vendidos ao estrangeiro - vai ser suficiente para conter a recessão que tem vindo a ser anunciada para Portugal por várias entidades e economistas? «A coisa está muito ela por ela», mas as exportações são precisamente «a única força a que nos podemos agarrar», na opinião de António Perez Metelo, que falava no «Jornal Nacional» da TVI.



O comentador afirmou que «a queda da procura interna é superior ao aumento esperado da procura externa». E chamou a atenção para o facto de este ser «um ano atípico. O que é normal é que haja, ainda que moderadamente, crescimento da procura interna» e, «se em cima disto houver exportações dinâmicas que, de ano para ano, vão ganhando mais peso» tanto melhor.

Certo é que para 2011 espera-se uma «forte restrição e quebra do consumo público e privado. É uma situação em que todas as componentes da procura interna estão a cair. A única força a que nos podemos agarrar é precisamente nas exportações».

A avaliar pelo desempenho de 2010, estamos a conseguir ser mais competitivos. Mas, dentro de portas, ainda estamos muito aquém. Para Perez Metelo, a esse primeiro movimento «deveria juntar-se um outro: o relacionamento de grandes empresas com pequenas e médias empresas, densificar a malha industrial» que pode representar «maior valor acrescentado nacional».

O comentador deu um exemplo: «Um carro é constituído por milhares de componentes para chegar ao produto final e, quanto mais for produzido no próprio país, mais valor acrescentado fica no país. Isto é difícil de conseguir».

Mas a Autoeuropa, por exemplo, conseguiu, «procurou parceiros dentro do próprio país». A China «era o décimo cliente da Autoeuropa em 2008, passou para quinto em 2010 e este ano para segundo. A evolução que pode ser galopante, tem de se fazer com que o valor fique» cá dentro.

Nesse sentido, diz Perez Metelo, «há que haver outro movimento: substituir importações, aumentar a produção cá dentro, em vez de a encurtar. Dois painéis muito interessantes são as energias renováveis e o agro-alimentar, dois sectores onde produção interna tem um caminho para andar que nunca mais acaba».
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