A economia nacional continua a surpreender tudo e todos e a crescer acima das previsões anteriores. No Boletim Económico de dezembro, o Banco de Portugal (BdP) revê as projeções em alta face ao que esperava em outubro.
Este ano, a previsão dispara para 2,6% (igual à atual previsão do Governo). E em 2018, para os 2,3%, ligeiramente acima do 2,2% de crescimento previstos pelo Executivo. Em 2019 a economia deverá crescer 1,9%, são mais três décimas e em 2020, 1,7%.
"Com o ritmo de crescimento projetado, em 2020 o PIB [Produto Interno Bruto] deverá situar-se cerca de 4% acima do nível registado antes da crise financeira internacional.”
Boas notícias para o país, que se devem ao momento positivo que se vive na Europa e também em Portugal, sobretudo no setor do turismo. Factores que o Banco de Portugal classifica como um vento de cauda, que ajuda a impulsionar o avião, mas que não duram para sempre.
Por isso, a tendência é de abrandamento, e por isso também, o Banco de Portugal avisa que é preciso agir para evitar que o avião caia, quando o vento amainar.
“Para que o crescimento da economia portuguesa seja sustentável, é essencial prosseguir a alocação do investimento a áreas de contribuam para o aumento do produto potencial, designadamente através do aumento de capital por trabalhador e de uma melhor reafectação de recurso”, diz o BdP.
E acrescenta, que é também “crucial persistir na redução do endividamento público e do endividamento privado.”
As exportações e o investimento das empresas deverão ser os principais motores da expansão. Já o consumo das famílias terá um contributo mais modesto porque os salários também estão a recuperar mais devagar do que seria de esperar.
No que toca ao crédito as taxas de juro deverão começar a subir em 2019, embora de forma lenta. Por isso a instituição deixa um alerta: isso pode vir a ter um impacto significativo nas famílias mais jovens e de mais baixos rendimentos um aumento de um ponto percentual na taxa de juro pode representar uma machadada de quase 4,5% no rendimento mensal desses agregados.
A instituição analisa ainda o impacto da crise da Catalunha na economia nacional, que a arrastar-se, pode roubar três décimas à taxa de crescimento em 2018 e 2019.
Projeções do Banco de Portugal: 2017-2020
2016 | 2017 | 2018 | 2019 | 2020 | |
Produto Interno Bruto | 1,5 | 2,6 | 2,3 | 1,9 | 1,7 |
Consumo Privado | 2,1 | 2,2 | 2,1 | 1,8 | 1,7 |
Consumo Público | 0,6 | 0,1 | 0,6 | 0,4 | 0,2 |
Formação Bruta de Capital Fixo | 1,6 | 8,3 | 6,1 | 5,9 | 5,4 |
Procura Interna | 1,6 | 2,7 | 2,5 | 2,2 | 2,1 |
Exportações | 4,1 | 7,7 | 6,5 | 5 | 4,1 |
Importações | 4,1 | 7,5 | 6,7 | 5,5 | 4,8 |