Merkel garante: Portugal não precisa de ajuda externa - TVI

Merkel garante: Portugal não precisa de ajuda externa

Reunião em Berlim correu de feição a Sócrates. Conversa com chanceler continua ao jantar

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Angela Merkel disse esta quarta-feira que as «reformas portuguesas vão no bom sentido» e garantiu que Portugal não precisa de ajuda externa. A chanceler alemã falou aos jornalistas, após um encontro de 43 minutos com José Sócrates, e elogiou as «medidas corajosas» que Portugal tem tomado nos últimos meses.

Depois de uma chegada com contornos inesperados, na qual os jornalistas foram impedidos de filmar o momento que antecede o encontro, Angela Merkel terminou a conferência conjunta deixando a ideia de que apoia Portugal, mas foi omissa sobre o Fundo de Estabilização Financeira.

Para a chanceler Merkel, «Portugal e Espanha estão a fazer o que é correcto». Quanto às taxas de juro, estas «expressam a confiança dos mercados nos países» e acrescentou que «quando houver mais confiança em Portugal, certamente que irão descer».

A líder alemã escusou-se a intervir para baixar as taxas de juro que Portugal tem pago no acesso ao financiamento internacional: «Quando houver mais confiança em Portugal, certamente irão descer, mas isso não se pode fazer de forma artificial».

Ao lado da chanceler, o primeiro-ministro aproveitou para salientar, nesta conferência de imprensa, que o resultado das contas públicas, relativas a Fevereiro, é «histórico» e garantiu que Portugal «tem condições para resolver os seus problemas sozinho».

Nessa altura, e não sendo sequer dirigida a pergunta à chanceler, Angela Merkel optou por responder aos jornalistas garantindo que «nunca disse que Portugal precisava de ajuda externa».

Na reunião, da qual se conhecem ainda poucos contornos, estiveram dois temas fundamentais, que voltaram a estar em cima da mesa na cimeira do próximo dia 11 e na reunião extraordinária de líderes europeus que decorre nos dias

24 e 25 deste mês.

A situação económica de Portugal e o futuro do fundo de resgate da União Europeia estiveram em discussão, enquanto o primeiro-ministro continua a insistir na flexibilização do fundo.

Mas a responsável alemã escusou-se a responder à questão sobre se uma flexibilização das regras do fundo de resgate europeu pode passar pela descida das taxas de juro cobradas aos países que a ele acedem.

Certo, certo é que Lisboa e Berlim têm «a vontade comum de fazer tudo para manter a estabilidade do euro», como garantiu Angela Merkel.

«Portugal não é subserviente»

Questionado sobre se a publicação dos dados da execução orçamental em tempo recorde, e através de um jornal nacional, podia ser encarada como uma subserviência à Alemanha, José Sócrates rejeitou o argumento: «Portugal tem oito séculos de história e não é subserviente com ninguém, a não ser com o seu povo».

Esta reunião foi acompanhada, ao minuto, pelo correspondente da TVI, Pedro Moreira, que relatou tudo o que se passou nos bastidores deste encontro.

Veja aqui a reacção da oposição à reunião entre Sócrates e Merkel.
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