Sócrates leva a Merkel corte de 3,6% na despesa - TVI

Sócrates leva a Merkel corte de 3,6% na despesa

Primeiros dados da execução orçamental de 2011 mostram redução dos gastos inédita dos últimos 15 anos

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É hoje o dia «D»: José Sócrates reúne-se esta quarta-feira, pelas 16 horas (hora de Lisboa), com a chanceler alemã, Angela Merkel. Em cima da mesa deverão estar dois temas: a situação económica de Portugal e o futuro do fundo de resgate da UE, este último que será definido na cimeira extraordinária dos líderes europeus que decorre nos dias 11, 24 e 25 deste mês.

A acompanhar tudo o que se passa nos bastidores da reunião está o correspondente da TVI Pedro Moreira.

No tvi24.pt e na Agência Financeira pode seguir todos pormenores desta reunião ao minuto.

Na bagagem, o primeiro-ministro, que viaja acompanhado pelo ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, e pelo secretário de Estado e dos Assuntos Europeus, Pedro Lourtie, leva trunfos novos: os números de execução orçamental de Janeiro e Fevereiro, que apontam para um corte de 3,6% na despesa do Estado, o primeiro desde 1996 relativo aos meses em questão, segundo escreve o «Diário de Notícias».

Contas feitas, ao registar esta queda, o Estado, principalmente a administração central, gastou 6.815,6 milhões de euros nos dois primeiros meses do ano (valor acumulado).

A ajudar este corte está a redução de 5,3% dos ordenados dos funcionários públicos (remunerações certas e permanentes).

A despesa corrente primária (excepto juros) caiu 3,9%, para 6.287,3 milhões de euros. O Estado gastou, assim, 1,3% da despesa total orçamentada.

Além disso, de acordo com os cálculos do «DN», Portugal pagou menos juros no período em questão: 151 milhões de euros, menos 3,2% face a Janeiro e Fevereiro de 2010.

Números que já mereceram vários comentários desde economistas a partidos. Para uns, os dados agora conhecidos representam «sinais positivos», enquanto que, para outros,servem apenas para «impressionar» a chanceler alemã.

Mercados apontam flechas: futuro definido este mês

A reunião de Sócrates e Merkel, em Berlim, acontece no dia em que Portugal volta a testar os mercados, com o leilão de duas linhas de Bilhetes do Tesouro. A emissão foi bem sucedida, mas Portugal foi obrigado a pagar juros mais elevados.

Os juros da dívida pública no mercado secundário atingiram em Fevereiro máximos históricos. Esta manhã, os juros da dívida a 10 anos estão a atenuar nos 7,4%.

Portugal é o país, que ainda não foi alvo de resgate, sujeito a maior pressão dos mercados. E as opiniões parecem ser unânimes: tanto a «The Economist» como o «Wall Street Journal» escrevem que se a reunião dos líderes da Europa falhar o futuro de Portugal fica definido.

Por isso mesmo, Sócrates vai tentar hoje o tudo por tudo para convencer Merkel de que flexibilizar o fundo de resgate europeu é a melhor solução.

[Notícia actualizada às 13h20 com mais informação]
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