Trabalhadores felizes rendem mais às empresas - TVI

Trabalhadores felizes rendem mais às empresas

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Portugueses conseguem trabalhar mais e melhor quando estão motivados. Resultado: aumento da produtividade

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A convicção é simples: trabalhadores motivados trabalham mais e, sobretudo, melhor. Na companhia de seguros AXA Portugal há horários flexíveis, aulas de ginástica, ajudas para pagar cursos e igualdade de oportunidades entre mulheres e homens.

Vencedora do Prémio Igualdade é Qualidade em 2010, a AXA Portugal reivindica ter uma política de recrutamento «totalmente igualitária». Paulo Bracons é o Diversity Champion da filial portuguesa da multinacional AXA e, nessa qualidade, tem a função de supervisionar e garantir que as políticas de diversidade e inclusão da companhia são cumpridas.

«Nunca fazemos referência ao género, fazemos referência ao perfil que queremos para a função que queremos», garante Paulo Bracons, em entrevista à agência Lusa nas instalações da empresa em Lisboa. E as mulheres têm no recrutamento «os níveis de admissão mais elevados».

Mas a igualdade não chegou à tomada de decisão. Isso mesmo reconhece Luciana Silva, coordenadora da responsabilidade corporativa na AXA, realçando que na base de colaboradores «há um grande equilíbrio» entre mulheres e homens - 48 para 52% -, mas «conforme vamos subindo na estrutura hierárquica da empresa essa proporção diminui de uma forma absolutamente drástica».

Perante esta constatação, a AXA estabeleceu «planos para tentar perceber as razões e criar medidas que combatam essa discriminação». Que se alarga também às diferenças salariais, visíveis sobretudo entre mulheres e homens em cargos de decisão, o que levou a empresa a criar «uma pequena bolsa para repor essas iniquidades».

Clima é essencial para resultados líquidos melhores

A companhia escolhe também 25 «jovens de elevado potencial», designados Alfa. Soraia Alves é uma das 20 mulheres que fazem parte deste programa que, desde 2005, comparticipa em 50% a propina de formações superiores para os funcionários.

Ao mesmo tempo, a AXA promove a partilha das responsabilidades familiares, incentivando os homens a gozarem as licenças a que têm direito por nascimento dos filhos. Em 2010, 20 colaboradores usaram a licença de parentalidade total ou parcialmente, o que, dado o universo de trabalhadores, «é um nível interessante de envolvimento», exemplifica Paulo Bracons.

Ao quinto mês de idade do filho, Joel Guedes foi «para casa» e recorda como foi «gratificante passar tempo dedicado ao menino, vê-lo crescer e todas aquelas pequenas mudanças todos os dias». Foi a altura da introdução das sopas, que Joel aprendeu a fazer e a dar. «Não o perderia por nada», garante, considerando que «cada vez mais os pais estão mais presentes e isso começa a ser entendido como uma coisa bastante natural».

Criar um clima em que os trabalhadores «se sentem bem, reconhecidos, felizes» e trabalham «de forma mais leve, criativa, motivada» é um dos objectivos da AXA, que acredita que este clima traz resultados líquidos melhores, adianta Luciana Silva.

Como incentivar?

Políticas de horário flexível, oferta de massagens, folga no dia de aniversário, uma sala de convívio com sofás e bilhar e aulas de ginástica à hora de almoço são algumas das iniciativas para motivar os trabalhadores.

Bruno Marques pratica desporto na empresa «uma ou duas vezes por semana» e não tem dúvidas de que «as vantagens são muitas». «Conseguimos aliviar um bocado o stress e trabalhar mais e melhor», o que resulta num «aumento de produtividade», destaca.

Ana Filipa Gomes, transpirada depois de uma hora de ginástica, diz que lhe sabe bem este «momento de convívio, de descompressão», que lhe permite «renovar energias» e poupar «uns 50 euros» por mês no ginásio.

Pertencer a uma multinacional impõe a adopção deste tipo de políticas, frisa Bracons, reconhecendo que «a realidade empresarial portuguesa é diferente».
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