Combate ao défice é «constrangimento» ao emprego

O secretário-geral da UGT, João Proença, disse esta sexta-feira, no Funchal, que «o combate ao défice é um grande constrangimento» ao crescimento do emprego no país, numa reacção aos recentes dados económicos avançados pelo FMI.

João Proença, que falava aos jornalistas após uma reunião com o secretário Regional dos Recursos Humanos, Brazão de Castro, reagia assim às previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) segundo as quais Portugal iria registar uma taxa de 11 por cento de desemprego em 2010.

«O combate ao défice é um grande constrangimento ao nosso empenhamento de criar políticas para a criação de postos de trabalho, pois limita o investimento», disse.

De acordo com o sindicalista, as previsões do FMI «vão de encontro às que a UGT já tinha dito, ou seja, que o desemprego em Portugal em 2010 iria ser superior ao registado em 2009», escreve a Lusa.

Para João Proença, «é evidente que um crescimento económico inferior a dois por cento resulta na prática que em Portugal não vamos ter um crescimento no emprego que combata alta taxa de desemprego que se verifica».

Relativamente à situação laboral na Região, o sindicalista referiu que «a Madeira, acompanhando o todo nacional, também viu agravado o índice de desemprego», embora num grau menor, «devido à sua política de crescimento económico».

A recente tragédia de 20 de Fevereiro «veio agravar a situação», mas «o processo de recuperação em curso, com a projecção de uma série de investimentos, vai certamente criar mais postos de trabalho».

João Proença abordou ainda na conversa com Brazão de Castro a realização do Congresso da UGT, a 24 de Julho, que vai criar a UGT/Madeira.

O secretário Regional dos Recursos Humanos disse, por seu lado, que na reunião «foi analisada a situação laboral nacional e regional, face a uma conjuntura económica negativa mas que já dá os primeiros sinais de recuperação».