Gaspar: «Eu não minto, eu não engano, eu não ludibrio» - TVI

Gaspar: «Eu não minto, eu não engano, eu não ludibrio»

PCP acusa Governo de mentira e falta de lealdade com o Parlamento

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[Notícia atualizada às 14h]

«Eu não minto,eu não engano, eu não ludibrio». Foi desta forma que Vítor Gaspar respondeu ao deputado do PCP Honório Novo que acusou o ministro e o Governo de estarem a enganar os portugueses com o Documento de Estratégia Orçamental que, para o PCP, é na verdade «o velho PEC» - o Programa de Estabilidade e Crescimento, e cujo anexo II foi primeiro entregue em Bruxelas do que chegou à Assembleia da República.

O ministro das Finanças admitiu que o Governo entregou a Bruxelas quadros auxiliares sobre a evolução do desemprego e outras matérias que não chegaram ao Parlamento. Vítor Gaspar admitiu que as previsões relativas ao desemprego vão ser «substancialmente revistas na ocasião da conclusão do quarto exame regular do programa de ajustamento» - ou seja - lá para o final de maio ou início de junho.

Para Honório Novo, o Governo está «a ludibriar mais uma vez aos portugueses, a mentir aos portugueses. O que está sobre a mesa é o velho PEC».

Vítor Gaspar contestou triplamente a acusação do deputado do PCP: «Deixem-me começar por dizer com tranquilidade, mas com convicção. Eu não minto, eu não engano, eu não ludibrio. Não faço nenhuma dessas coisas, não farei nenhuma dessas coisas».

Honório Novo tinha dito ainda, antes da resposta do ministro, que «a verdade é que o senhor no primeiro DEO que apresentou em finais de agosto apresentava um número para a taxa de desemprego para 2012 e 2013 pelo menos. Desta vez levou um sumiço aparentemente por uma explicação que está a unir todos os neo-liberais da europa», começando por «Vítor Constâncio que afirma a pés juntos que ainda não percebemos bem porque subiu tanto o desemprego».

«Não são palavras suas, senhor ministro, fique descansado. São do dr. Vítor Constâncio, mas podiam ser suas também, porque é exatamente a mesma coisa que o senhor nos tem tentado vender».

Honório Novo prosseguiu: «O que é que os senhores esperavam com decréscimos económicos da ordem dos 3%, com uma relativa estagnação europeia e diminuição da procura externa? Depois de terem introduzido alterações de resgulamentação do mercado laboral, depois de introduzirem os despedimentos baratos, depois de observarem a falência de milhares e milhares de empresas, o que é que os senhores esperavam? Não esperavam evidentemente outra coisa».

Daí que o PCP entenda que é «incontornável» que o Governo não queira «mostrar o que sabe que vai acontecer».
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