BCE: fundo de resgate europeu pode ser aumentado se necessário - TVI

BCE: fundo de resgate europeu pode ser aumentado se necessário

Bandeira Espanha

Investidores temem que economia espanhola seja demasiado pesada para ser salva

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O valor do fundo de estabilização europeu, usado para apoiar os países da moeda única que entrarem em bancarrota, pode ser aumentado, se necessário.

Quem o diz é Axel Weber, membro do Conselho do Banco Central Europeu (BCE). «750 mil milhões de euros devem ser suficientes para deixar os mercados tranquilos», afirmou Weber, citado pela Bloomberg. Mas, «se não for, terá de ser aumentado».

Declarações que pretendem responder aos anseios dos mercados sobre um eventual contágio à vizinha Espanha. O país é considerado como um dos mais frágeis do euro, depois da Grécia e Irlanda, que estão já a ser ajudados pela União Europeia e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), e de Portugal, que é para os investidores o próximo na calha dos pedidos de ajuda.

O problema é que a economia espanhola tem quase o dobro do tamanho do conjunto das economias portuguesa, grega e irlandesa. Os mercados temem, por isso, que se a Espanha entrar em colapso, pode ser demasiado grande para ser salva, ou seja, o dinheiro necessário poderá ser mais do que aquilo que os parceiros da moeda única podem desembolsar.

Os juros da dívida espanhola a 10 anos ultrapassaram ontem os 5%, com o spread face à dívida alemã a atingir um novo recorde, num dia em que, para a dívida portuguesa com a mesma maturidade, os juros chegaram aos 7,44% e o spread atingiu também o valor mais alto de sempre.

O banqueiro é um dos nomes falados para substituir Jean-Claude Trichet à frente do BCE no ano que vem e apoiou a proposta do Governo alemão, de colocar algum do risco das falências soberanas nas costas dos investidores.

«Para não distorcer os incentivos aos investidores, os credores privados não devem ser desresponsabilizados», afirmou Weber, presidente do Bundesbank, para quem «futuras ajudas a membros do euro devem estar dependentes de condições severas e ser usadas apenas quando a estabilidade da união monetária quando um todo estiver em perigo».
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