«Europa a duas velocidades já existe»

A eurodeputada Edite Estrela admitiu esta quinta-feira que uma União Europeia a duas velocidades «não a repugna», desde que isso seja decidido democraticamente e que a saída de um Estado da Zona Euro só possa acontecer de forma voluntária.

«Neste momento, nós já temos diferentes blocos [na União Europeia], diferentes grupos em diferentes situações», afirmou citada pela Lusa, exemplificando o caso do Reino Unido, Suécia e Dinamarca, que «não pertencem à Zona Euro por opção própria» e de outros estados «por ainda não cumprirem os critérios de convergência».

Por isso, reconheceu Edite Estrela, se «for uma decisão tomada democraticamente, não me repugna».

No entanto, sublinhou, «não é aceitável que qualquer membro que actualmente já pertence à Zona Euro seja excluído».

Portugal sair do euro? «De maneira nenhuma»

A saída, a acontecer, terá de ser voluntária, não pode ser por vontade de um qualquer directório».

A criação de um núcleo duro da Zona Euro, integrando apenas os Estados que conseguem cumprir todos os critérios da convergência económica, tem sido discutida entre os líderes da Alemanha e da França, situação que a eurodeputada rejeita totalmente.

«Rejeito completamente o método. O Conselho Europeu é constituído por 27 membros e não pode haver decisões cozinhadas apenas por dois [Estados]», referiu.

Sublinhando ser uma «intransigente defensora do método comunitário e não do intergovernamental», Edite Estrela lembrou ainda que «a Alemanha e a França, por muita importância que tenham, são apenas dois Estados-membros entre 27».

A eurodeputada defendeu ainda que Portugal «não deve sair do euro, de maneira nenhuma» porque isso «seria muito penalizador para o país».