Sérgio Vieira: «Arriscámos, mas a bola foi sempre ter com o Ricardo Velho» - TVI

Sérgio Vieira: «Arriscámos, mas a bola foi sempre ter com o Ricardo Velho»

Sérgio Vieira no Estrela-Farense (JOSÉ SENA GOULÃO/Lusa)

Estrela da Amadora-Farense, 0-3 (reportagem)

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Sérgio Vieira, treinador do Estrela da Amadora, em conferência de imprensa, depois da derrota, em casa, diante do Farense (0-3), no jogo que encerrou a 31.ª jornada da Liga:

Análise ao jogo. A equipa entrou ao ataque, mas revelou fragilidades defensivas?

- Entrámos muito intensos, agressivos e ambiciosos. No primeiro minuto tivemos logo uma bola na área, à medida do pé direito do André [Luiz], que tentou um pontapé de bicicleta. Tivemos oportunidades, respeitámos o público, criámos mais do que oportunidades para podermos ganhar o jogo. Preparámo-nos para as transições do Farense, mas, na prática, não fomos rigorosos. Estávamos avisados que o Farense vinha aqui explorar os nossos erros com transições e foi isso que fez. Teve mérito no lance do penálti, depois marcou no reinício do jogo. Os erros que cometemos são algo que não podem acontecer. É muito injusto. Também fomos prejudicados pelas quebras constantes do Farense. Estivemos dois minutos parados no final da primeira parte, mais cinco depois. É algo que não pode acontecer no futebol português. Os treinadores, nas reuniões da Liga, já abordaram o tema.

- Para sermos rigorosos, tentámos que o Farense não criasse perigo, mas no segundo golo há um mérito muito grande para o Belloumi. Temos de levantar a cabeça rapidamente porque temos três jornadas pela frente em que vamos ter de ser muito focados, unidos e determinados para conseguirmos o nosso objetivo.

O Estrela só depende de si para garantir a permanência, isso é importante?

- Sim, mas o que fica é uma frustração. É uma frustração da ambição. Sentimos que o futebol que praticamos e o potencial deste clube é para mais, mas temos de ter consciência de onde estávamos há poucas épocas atrás. Queremos que no futuro que isto seja um dado adquirido, permanecer entre os melhores do futebol português, porque a história desta cidade e deste clube merecem. Mas o que estamos a fazer, neste momento, é normal que seja lutar pela permanência. Somos a equipa que está há menos tempo na Liga e estruturalmente procuramos solidificar este projeto. Temos de pedir desculpa aos adeptos que não merecem este resultado, mas fomos traídos por detalhes. Talvez seja por querermos assumir o jogo. Às vezes mais vale ter uma atitude mais defensiva e procurar o resultado. O Rio Ave levou daqui um ponto, e o Farense, infelizmente, levou os três. Tenos o objetivo ao nosso alcance, dependemos de nós, mas mais do que o objetivo, queremos continuar unidos e apoiados pelos nossos adeptos. Esta temporada vai ser difícil, já está a ser, mas vamos conseguir porque todos merecem.

O Aloísio entrou e acabou por sair. Falou com ele?

- Falámos logo ao intervalo. Falei com o Nilton [Varela], com o Rodrigo [Pinho], precisávamos de mais verticalidade no corredor, de capacidade para tomar boas decisões. Infelizmente o segundo golo precipitou as alterações, aliadas ao problema físico, parece ser um problema muscular. Mas temos de elogiar todos que entraram, a equipa estava a precisar dessa alteração tática. Já estávamos bem no jogo, não estávamos a permitir grandes transições ao Farense. Na parte final jogámos em 4x4x2, arriscámos tudo, mas a bola foi sempre ter com o Ricardo Velho, como tem sido a época toda, com todo o mérito dele.

O Farense fez dois remates na segunda parte e fez dois golos. Cruel para o Estrela?

- Muito cruel. Os nossos adeptos de certeza que não iam gostar se entrássemos e não pressionamos alto o Farense. O estádio estava cheio, não podíamos ficar lá atrás à espera do Farense. Naturalmente, quem foi inteligente foi a equipa do Farense que conseguiu explorar de forma eficaz os nossos erros. Nós, com aquilo que defendemos, é uma forma de jogar mais abrangente. Temos de perceber que às vezes temos de assumir o jogo e estar preparados para reagir à perda. É aí que entram as decisões individuais. Tenho a certeza de que estes jogadores nos próximos dois anos vão estar mais fortes. O Estrela é um clube com história, não é possível a postura de alguns outros clubes de ficar atrás. Pedimos desculpa aos adeptos, mas infelizmente não podíamos ir por outro caminho. Não podemos praticar outro tipo de jogo, mas temos de evoluir ao longo da época.

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