Uma gravidez em cada cinco termina em aborto - TVI

Uma gravidez em cada cinco termina em aborto

  • Portugal Diário
  • 12 out 2007, 00:08

Estudo foi divulgado pela revista médica The Lancet

Uma gravidez em cada cinco, em todo o mundo, termina com um aborto e quase metade dos abortos é praticada em condições perigosas, de acordo com um estudo publicado sábado na revista médica The Lancet, escreve a Lusa.

O número de gravidezes (incluindo nascimentos vivos, aborto espontâneos, nado-mortos, interrupções voluntárias) foi calculado em 2003 em 205 milhões, 20 por cento das quais terminaram com uma interrupção voluntária da gravidez.

Na Europa de Leste quase metade das gravidezes terminou em aborto.

A taxa de aborto a nível mundial diminuíu 17 por cento entre 1995 (46 milhões) e 2003 (42 milhões), segundo estimativas baseadas em dados nacionais oficiais e estudos.

Em mil mulheres com idades compreendidas entre os 15 e os 44 anos, 29 tiveram um aborto em 2003, contra 35 em 1995.

A Europa Ocidental tem a taxa de aborto mais baixa em 2003 (12 por mil).

No mesmo período, os abortos praticados em más condições não diminuíram (48 por cento) e correram na sua maioria nos países em desenvolvimento (97 por cento).

Os abortos perigosos - praticados por pessoas que não têm a competência necessária e/ou em condições sanitárias insuficientes - são «uma causa importante» da mortalidade materna, notam os autores do estudo, Gilda Sedh (Guttmacher Institute, Nova Iorque) e Iqbal Shah (OMS).

A diminuição da taxa de abortos foi mais importante nos países desenvolvidos do que nos países em desenvolvimento.

Nos países desenvolvidos, a baixa mais notável diz respeito à Europa de Leste (44 abortos por mil em 2003 contra 90 por mil em 1995).

«A redução da taxa de aborto coincide com um aumento importante da utilização da contracepção», sublinha o estudo.

Nos países em desenvolvimento, o número total de abortos diminuiu pouco (33 milhões contra 35,5 milhões) devido ao aumento da população.

Nos países desenvolvidos, a maioria dos abortos são realizados em condições de segurança satisfatórias (92 por cento), enquanto nos países em desenvolvimento, mais de metade (55 por cento) são praticados em condições perigosas.

Em África, onde o aborto é muito limitado pela lei na maioria dos países, contam-se 650 mortes por cem mil abortos, contra dez mortes por cem mil nos países desenvolvidos.

O estudo nota que os abortos sem assistência médica são ainda praticados nos países onde o aborto é legal, devido à falta de informação ou de um acesso limitado aos serviços médicos.

«Prevenir o aborto perigoso é um objectivo de saúde pública imperativo», concluem os autores.
Continue a ler esta notícia