Portugal enfrenta «seca extrema» em algumas zonas - TVI

Portugal enfrenta «seca extrema» em algumas zonas

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A situação em algumas zonas de Portugal é já classificada de "seca extrema" face à ausência de chuva nos últimos quatro meses, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INM).

De acordo com o presidente do INM, Adérito Serrão, dados ainda provisórios apontam para que os níveis de precipitação entre Setembro e Dezembro em Portugal sejam os mais baixos dos últimos 13 anos.

Os valores ainda não são definitivos porque só estão contabilizados até 22 de Dezembro, mas já é certa a classificação de "seca extrema" e "seca severa" em algumas zonas do país, indicou.

"Algumas zonas dos distritos de Santarém, Leiria e Beja estão classificadas de +seca extrema+, registando-se valores de precipitação muito abaixo da normalidade, sobretudo nos meses de Novembro de Dezembro", disse quarta-feira à Lusa Adérito Serrão.

O presidente do Instituto Nacional de Meteorologia prevê "um agravamento da situação", uma vez que até dia 14 de Janeiro prevê-se "ausência de precipitação ou precipitação pouco significativa" em todo o território.

"No mês de Outubro não houve razões para anormalidade, porque foi um mês de ¿muito¿ a ¿extremamente¿ chuvoso, à excepção do sul do país (Algarve e Alentejo), onde a classificação já foi de normal a seco", disse.

Relativamente a extremos, em Outubro, o mínimo de precipitação foi de 37,5 milímetros em Faro, enquanto o máximo não ultrapassou os 47mm em Montalegre.

Segundo Adérito Serrão, a situação "complicou-se" no mês de Novembro, com valores "muito inferiores aos normais", com quase todo o território a ser classificado de extremamente seco.

Os valores mínimos registaram-se em Elvas, com 10mm, e o máximo de precipitação ocorreu em Sagres, com 67mm.

A ausência de chuva prolongou-se pelo mês de Dezembro, com todo o território a ser classificado de seco a extremamente seco, à excepção de Trás-os-Montes, onde os níveis de precipitação foram normais.

Contudo, em Vila Real caíram apenas 17,5 milímetros, enquanto o valor mais alto registou-se no Porto, com 72mm.

A situação é de tal forma "grave" que "desde 1901, apenas em cerca de 15 anos os valores acumulados de precipitação foram mais baixos que os registados no ano que agora terminou", disse.
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