Banco de Portugal diz que economia vai crescer menos que o esperado (Actualização1) - TVI

Banco de Portugal diz que economia vai crescer menos que o esperado (Actualização1)

Portugal

(Actualização1) O Banco de Portugal (BdP) reviu em baixa a sua previsão de crescimento da economia portuguesa para 2005, dos 0,5% previstos no Boletim Económico da Primavera, para 0,3%, depois do crescimento de 1,3% do ano passado.

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No Boletim de Outono, a instituição reduz ainda uma décima à previsão de crescimento do consumo privado, para 1,9%, face aos 2,3% do ano precedente, e prevê uma queda maior do investimento. A descida esperada passa de 1,5% para 2,8%. No ano passado, o investimento subira uns ligeiros 0,2%.

«O consumo, privado e público, deverá ser a componente mais dinâmica da procura global», sendo que o crescimento de 1,9% do consumo privado coincide com aquele que está «previsto para o rendimento disponível das famílias em termos reais».

As exportações deverão crescer apenas 0,7%, em vez dos 2,7% esperados (o que compara com uma subida de 5,4% em 2004), e a procura global também fica abaixo do anteriormente esperado, passando a previsão de 1,3% para 0,7%.

As importações também deverão ser menores do que se esperava. O BdP aponta agora para uma subida de 1,7% e não de 3,3%. Em 2004, as importações cresceram 6,8%.

A meta de inflação média para a totalidade do ano cai uma décima para 2,2%, face aos 2,5% do ano passado.

Grau de incerteza é elevado

O BdP admite que a sua estimativa está «rodeada de um grau de incerteza elevado», que «decorre em particular da evolução do comércio externo, num contexto de alterações estruturais associadas ao processo de globalização e de introdução de uma nova metodologia de apuramento das estatísticas de comércio internacional».

«O abrandamento da actividade económica em 2005 traduz um menor contributo da procura interna para o crescimento do PIB, associado em larga medida à queda do investimento, uma vez que o crescimento do consumo privado se tem mantido sustentado», considera o banco. «As exportações deverão igualmente apresentar um comportamento desfavorável, acentuando as perdas de quota de mercado acumuladas na última década». Mas, apesar disto, o BdP ressalva que o contributo da procura externa líquida para o crescimento do PIB deverá ser menos negativo do que o observado em 2004, uma vez que se estima também uma forte desaceleração das importações, consistente com o menor crescimento da procura global.

A estimativa do crescimento em 2005 tem implícita uma ligeira aceleração da actividade na segunda metade do ano, que traduz uma recuperação das exportações, já que a procura interna deverá manter a trajectória de abrandamento iniciada no segundo semestre de 2004. «A ausência de uma recuperação sustentada da economia portuguesa na sequência da recessão de 2003 contrasta com a evolução observada nos ciclos económicos anteriores (¿) a evolução recente caracteriza-se por um crescimento mais forte do consumo privado e por um comportamento muito mais desfavorável da formação bruta de capital fixo e das exportações».

Petróleo e défice preocupam empresários e limitam investimento

Apesar das condições de financiamento muito favoráveis, o investimento não recuperou e deverá apresentar uma queda próxima de 3% no ano corrente, evolução que se tem traduzido numa diminuição da taxa de investimento da economia. «A fraca recuperação da actividade associada à perda de competitividade, bem como vários factores de incerteza, estarão a afectar negativamente as decisões de investimento no actual ciclo económico. Para este clima de incerteza estarão a contribuir a evolução do preço do petróleo, bem como dúvidas quanto à forma como se irá processar o ajustamento dos desequilíbrios que se têm vindo a acumular na economia».
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