Portugal será o país mais penalizado por subida das taxas de juro - TVI

Portugal será o país mais penalizado por subida das taxas de juro

Miguel Beleza

Portugal será o país mais penalizado pelo aumento, esperado já há algum tempo, das taxas de juro, por parte do Banco Central Europeu (BCE). A opinião é da economista Teodora Cardoso, para quem é quase certo que essa subida vai acontecer. Já Miguel Beleza diz que uma subida das taxas «para níveis ditos normais seria dramático, mas não é provável que aconteça».

Relacionados
Ambos os economistas, que falavam num debate promovido pelo Fórum para a Competitividade, parecem estar de acordo na inevitabilidade de subida das taxas de juro. «Há, pela primeira vez, uma grande probabilidade de o BCE aumentar as taxas de juro», afirmou Teodora Cardoso. Algo que a economista justifica, por um lado, com «o efeito do preço do petróleo na inflação», e por outro, porque acredita que «a Alemanha vai finalmente recuperar, está muito forte e tem fracassado apenas no estímulo à procura interna, o que é uma questão de confiança e de tomar uma acção orçamental, que é restritiva nesta altura apenas por causa do Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC).

A retoma da Alemanha, que é a maior economia dos Doze, pode, na opinião da economista, influenciar o BCE a aumentar as taxas de juro, o que, a acontecer, terá um forte impacto «nos países com uma política monetária diferente e nos países onde os níveis de endividamento são mais elevados». E esta é, como diz, «uma carapuça que serve perfeitamente a Portugal».

Como consequências, «o rendimento disponível vai ficar mais curto, o consumo privado constrangido, o que é um problema numa conjuntura de procura interna já em contracção em que a política orçamental não vai poder ajudar em nada, dadas as restrições que se impõem».

Também Miguel Beleza diz que a tendência das taxas de juro «vai ser, obviamente, de alguma subida, embora limitada». Quanto a medir o impacto que isso teria na economia nacional, o economista diz que «se subirem um quarto de ponto, n é muito significativo. Mas se for uma subida para níveis ditos normais, seria dramático». No entanto, ressalva, «não é muito provável que isso aconteça».
Continue a ler esta notícia

Relacionados